O regime de Daniel Ortega na Nicarágua consolidou, nos últimos meses, um novo patamar de alinhamento com as potências autoritárias da China e da Rússia. Com a assinatura de acordos militares, tecnológicos e comerciais de grande porte, Manágua abre caminho para uma presença sem precedentes de armamentos, inteligência e investimentos desses dois países na América Central — região considerada estratégica para a segurança dos Estados Unidos.
Em maio, a ditadura nicaraguense anunciou oficialmente um contrato com a empresa Poly Technologies, subsidiária da estatal chinesa Poly Group, para fornecimento de equipamentos militares ao Exército do país. A empresa, sediada em Pequim, está na lista de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA desde junho de 2024, sob acusação de transferir tecnologia militar sensível para o regime da Rússia. Apesar do alerta de Washington, o regime de Ortega segue aprofundando a cooperação militar com a ditadura comunista de Xi Jinping.
Além do armamento, a China assinou acordos adicionais para expandir sua influência em áreas estratégicas. Empresas como ZMJ/Huawei e CCSI vão atuar em projetos de conectividade digital, telecomunicações e logística, enquanto a Yutong fornecerá ônibus e maquinário para Manágua. A delegação nicaraguense responsável por negociar os contratos foi liderada por Laureano Ortega Murillo, filho de Ortega e sua esposa, Rosario Murillo. Laureano é hoje figura central na articulação internacional do regime de Manágua.
A aproximação entre China e Nicarágua ocorre num momento em que o país centro-americano também fortalece laços históricos com a Rússia do ditador Vladimir Putin. Também em maio, Manágua e Moscou anunciaram um novo acordo militar de cinco anos que permitirá o treinamento de tropas nicaraguenses pelas Forças Armadas russas, incluindo transferência de táticas e conhecimento obtidos pelas tropas de Putin durante a invasão à Ucrânia. A parceria inclui ainda cooperação em cibersegurança, intercâmbio de informações estratégicas e apoio diplomático – com destaque para a recente aprovação de um acordo entre a Nicarágua e a região separatista da Ossétia do Sul, aliada do Kremlin.
Segundo organizações opositoras, a presença russa na Nicarágua não se limita ao apoio formal. Desde 2017, Moscou opera um centro de espionagem em uma base militar nicaraguense, com equipamentos e pessoal próprio, responsável por interceptações eletrônicas e monitoramento interno.
“Todo o trabalho de contrainteligência (na base) está sendo feito pelos russos, não pelo Exército ou pela Polícia”, afirmou Eliseo Núñez, ex-deputado e opositor exilado. O Departamento de Estado dos EUA já manifestou preocupação com esta base, classificando o local como parte de uma “ofensiva de inteligência” que ameaça opositores, embaixadas estrangeiras e até mesmo governos vizinhos.
O novo ciclo de aproximação entre Ortega, China e Rússia ocorre após o rompimento definitivo das relações diplomáticas da Nicarágua com Taiwan, em dezembro de 2021. Desde então, Pequim elevou a Nicarágua ao status de “parceiro estratégico”, acelerando projetos bilionários em infraestrutura, energia, mineração e comunicação — em troca de alinhamento político e apoio internacional em fóruns multilaterais.
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