A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da MBRF (MBRF3), resultante da fusão entre Marfrig e BRF, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,90 por ação ao final de 2026. Às 11h33, as ações do frigorífico recuavam 2,11%, a R$ 19,01.
O time de análise disse continuar construtivo com relação à estratégia de diversificação geográfica e de proteínas da companhia, além do potencial de geração de valor no longo prazo. No entanto, com as margens da carne bovina nos EUA pressionadas pelo atual ciclo do gado e a inevitável normalização das margens de frango no Brasil, a corretora vê um cenário desafiador para o momentum de resultados.
XP prevê que a BRF será responsável por cerca de 80% do EBITDA da companhia nos próximos dois anos, tornando o ritmo de normalização das margens de frango um driver-chave para o valuation e para revisões de lucro no curto prazo.

Em termos de avaliação, na opinião da XP, o valuation parece esticada no curto prazo, com o papel negociando a 5,9 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2026 e com um rendimento (yield) de fluxo de caixa FCF modesto, “o que nos leva a crer que a ação deve continuar de lado por enquanto”.
Mais sobre a MBRF
A MBRF nasce como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com receita líquida e EBITDA estimados para 2026 de R$ 163,8 bilhões e R$ 12,8 bilhões, respectivamente.
Segundo relatório, a diversificação geográfica e de proteínas deve ajudar a companhia a mitigar a volatilidade de margens e geração de caixa, podendo inclusive alterar o perfil de alavancagem estrutural observado nos últimos anos em Marfrig e BRF.
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Além disso, a XP destaca que existe um potencial relevante de geração de valor no longo prazo, somado às sinergias anuais de R$ 805 milhões segundo estimativas da gestão, além de R$ 3 bilhões de sinergias fiscais em valor presente líquido (VPL).
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