A Marinha de Israel iniciou suas operações para interceptar a flotilha com a ativista sueca Greta Thunberg, que tentava romper o bloqueio marítimo para a Faixa de Gaza, na noite desta quarta-feira (1º). Até o início desta quinta (2), mais de 40 embarcações já haviam sido abordadas e suas tripulações encaminhadas para deportação.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores informou que a “provocação” da flotilha foi encerrada, sem a ocorrência de incidentes graves. “Nenhum dos iates de provocação do Hamas e do Sumud conseguiu entrar em uma zona de combate ativa ou violar o bloqueio naval legal”, diz a nota oficial.
Greta Thunberg estava em um dos primeiros barcos da flotilha interceptados por Israel. O país publicou um vídeo da abordagem com a ativista, destacando na publicação que Greta e seus “amigos” estavam “saudáveis e seguros”.
Além da sueca, que deixou de lado seu ativismo climático para se envolver em manifestações pró-palestinas no último ano, brasileiros e políticos europeus participaram da viagem frustrada da flotilha rumo a Gaza.
Veja lista de ativistas na flotilha
Num dos primeiros barcos abordados pela Marinha israelense estavam dois brasileiros: a deputada federal Luizianne Lins (PT) e o ativista Thiago Ávila, que se manifestaram nas redes sociais acusando Israel de “interceptação ilegal”.
A congressista brasileira chegou a informar que acionou autoridades do país e organismos internacionais após a operação israelense contra a flotilha. Nesta quinta-feira (2), o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva condenou por meio de uma nota a ação de Israel, alegando que a medida “viola direitos” e coloca em risco a “integridade física de manifestantes em ação pacífica”.
Além de Greta e os ativistas brasileiros, a política francesa Marie Mesmeur, membro da Assembleia Nacional pelo partido de esquerda França Insubmissa, também foi detida por autoridades israelenses a caminho de Gaza.
A deputada do Parlamento Europeu Rima Hassan, que participou de outra tentativa recente de romper o bloqueio a Gaza, também foi detida. Ela também é uma representante da esquerda francesa.

Nesta quinta-feira, Adalah, a equipe jurídica da flotilha humanitária Global Sumud, confirmou à Agência EFE a detenção da ex-prefeita de Barcelona Ada Colau pelas autoridades israelenses durante a abordagem ao navio Sirius.
Colau também publicou um vídeo em suas redes sociais acusando Israel de “detenção ilegal”.
“Olá, sou Ada Colau, de Barcelona. Falo do Sirius, navio da flotilha. Se você está vendo este vídeo é porque Israel nos deteve ilegalmente. Isso significa que não temos acesso a telefone nem à internet. Que estamos incomunicáveis e não sabemos por quanto tempo”, foi o último vídeo que Colau publicou em suas redes sociais antes de ser detida e lançar seu celular ao mar.
No vídeo, a ativista catalã pede à sociedade que “faça o máximo de barulho possível”, que “pressionem os governos” para que sua libertação “seja imediata” e para assim “abrir um corredor humanitário em Gaza”.
Outro ativista presente na flotilha é Mandla Mandela, neto do ex-presidente Nelson Mandela.
Mandla é ex-membro da Assembleia Nacional da África do Sul e um conhecido apoiador do Hamas. Em março, ele participou de um evento no Iêmen, promovido pelo houthis, ocasião na qual reafirmou seu posicionamento ao elogiar o Hamas e o Hezbollah, terroristas aliados do Irã.
Israel confirmou nesta quinta que os ativistas detidos estão sendo transferidos para o porto da cidade de Ashdod, a cerca de 40 quilômetros da Faixa de Gaza, e que em breve serão iniciadas as deportações para seus respectivos países.
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