Apesar de registrar ganhos modestos neste mês de julho, as ações da Vale (VALE3) continuam operando sob forte influência de uma estrutura técnica negativa no médio prazo. O papel acumula alta de 2,26% no mês e 2,55% no ano de 2025, mas o desempenho recente ainda não é suficiente para sinalizar uma reversão clara da tendência dominante. Na última sessão, os papéis recuaram 1,79%, encerrando o dia cotados a R$ 53,84, mantendo-se abaixo das principais médias móveis e dentro de um canal de baixa bem definido.
A leitura dos gráficos semanal e diário reforça esse cenário de cautela: o ativo vem respeitando uma linha de tendência de baixa desde o início de 2023, quando atingiu o topo histórico na região dos R$ 80,81. Desde então, segue pressionado por resistências importantes, alternando entre momentos de lateralização e renovação de mínimas. Diante disso, investidores devem manter atenção redobrada aos principais pontos de suporte e resistência, que serão determinantes para os próximos movimentos do papel — tanto para possíveis repiques quanto para continuidade do viés vendedor.
Para entender até onde o preço das ações da Vale (VALE3) pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

Análise técnica Vale (VALE3)
No gráfico diário, o movimento de queda permanece evidente. A VALE3 vem operando abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, o que reforça o controle do fluxo vendedor no curtíssimo prazo. Para que haja uma reversão dessa estrutura negativa, o ativo precisaria, primeiro, romper a região das médias e superar a resistência entre R$ 54,69 e R$ 55,58. Um fechamento consistente acima desse nível pode abrir caminho para alvos em R$ 57,48, R$ 58,45 e, posteriormente, R$ 60,00/R$ 62,42, com projeções mais ambiciosas até R$ 64,00.
Por outro lado, caso perca o suporte imediato em R$ 53,33, o movimento de correção tende a se intensificar. A perda dessa região pode levar a novos testes nos suportes em R$ 49,72, R$ 48,73 e R$ 46,58. Se esses níveis forem rompidos, o fluxo vendedor pode ganhar força e empurrar o papel para as faixas de R$ 43,88 e R$ 41,20 — regiões que podem atrair interesse comprador, mas apenas em caso de sinais mais claros de esgotamento da queda.

Confira nossas análises:
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Análise de médio prazo
Pelo gráfico semanal, a leitura técnica confirma a dominância da tendência de baixa desde o topo registrado na região dos R$ 80,81 (máxima histórica), alcançada no início de 2023. Desde então, VALE3 respeita uma linha de tendência de baixa (LTB) e atualmente consolida dentro de um movimento lateral, que sugere indefinição, mas com viés ainda vendedor.
Para reverter essa estrutura negativa no médio prazo, seria necessário volume comprador relevante, capaz de romper a zona de resistência entre R$ 56,00 e R$ 58,45. Superado esse patamar, o papel poderia mirar a média móvel de 200 períodos em R$ 59,76, com projeções mais longas nos níveis de R$ 62,42, R$ 69,34, R$ 74,25 e, mais adiante, no topo histórico de R$ 80,81.
Por enquanto, o cenário continua desfavorável. Caso perca os suportes em R$ 51,87 e R$ 49,72, o ativo pode aprofundar a queda em direção às faixas de R$ 48,73, R$ 46,58 e R$ 43,88. A perda definitiva desses níveis abre espaço para quedas ainda mais expressivas, com alvos em R$ 39,40 e R$ 36,70.
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O IFR (Índice de Força Relativa) de 14 períodos, no gráfico semanal, está atualmente em 49,36, o que configura uma zona neutra — sem indicar sobrecompra nem sobrevenda.

Suportes e resistências do Ibovespa
Suportes:
- R$ 53,33 – R$ 51,87 – Faixa de suporte imediato; perda dessa região pode acelerar a pressão vendedora.
- R$ 49,72 – Suporte relevante de curto e médio prazo; rompimento pode intensificar as quedas.
- R$ 48,73 – Próxima parada caso perca os R$ 49,72; base de suporte recente.
- R$ 46,58 – Nível intermediário importante, alvo de movimentos corretivos mais fortes.
- R$ 43,88 – Suporte técnico relevante, pode funcionar como base para reação do papel.
- R$ 41,20 – Suporte mais distante no gráfico diário; perda pode sinalizar continuidade da tendência de baixa.
- R$ 39,40 – Região crítica de suporte no gráfico semanal; sua perda abriria espaço para novas mínimas.
- R$ 36,70 – Suporte extremo no médio prazo; alvo projetado em caso de ciclo prolongado de baixa.
Resistências:
- R$ 54,69 – R$ 55,58 – Faixa de resistência imediata; precisa ser superada para sinalizar retomada de alta no curto prazo.
- R$ 56,00 – Resistência técnica relevante; pode barrar movimentos iniciais de recuperação.
- R$ 57,48 – R$ 58,45 – Zona de congestão anterior; precisa romper com volume para seguir alta.
- R$ 59,76 – Média de 200 períodos; resistência importante no gráfico semanal.
- R$ 60,00 – R$ 62,42 – Faixa de resistência ampla, alvo intermediário de um possível repique mais forte.
- R$ 64,00 – Resistência técnica relevante; alvo mais ambicioso no curto/médio prazo.
- R$ 69,34 – Nível de resistência no gráfico semanal, exige força compradora para rompimento.
- R$ 74,25 – Zona de topo anterior; resistência importante antes do topo histórico.
- R$ 80,81 – Topo histórico da ação; resistência de longo prazo e alvo final de uma tendência de alta mais prolongada.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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