A Eletrobras sobe na Bolsa de Valores pelo segundo dia consecutivo, após divulgação de resultados do segundo trimestre deste ano (2T25). Por volta das 11h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (8), as ações da companhia subiam 1,86% (ELET3) e 1,35% (ELET6), a R$ 43,51 e R$ 46,65, respectivamente. Na véspera, logo após o 2T25, as ações saltaram mais de 9%.
Após o balanço, as casas de análise elevaram suas estimativas para a companhia. O Goldman Sachs atualizou os números para a Eletrobras, incorporando o resultado do 2T25 e o anúncio de dividendos intermediários de R$ 4 bilhões.
A instituição projeta que o dividend yield (retorno em dividendos sobre o preço da ação) da Eletrobras atinja 8% neste ano e 12% em 2026, chegando a uma média próxima de 20% entre 2027 e 2030, dentro do cenário-base. As projeções são apoiadas nas metas de alavancagem de cinco anos, apresentadas de forma pró-forma segundo o padrão contábil brasileiro (BRGAAP).

Considera, ainda, obrigações da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), empréstimos compulsórios, participações acionárias e equivalência patrimonial. Para geração, a meta é de 3 a 3,5 vezes dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização); para transmissão, de 3,75 a 4,25 vezes.
O Goldman Sachs vê espaço para preços de energia mais elevados no médio e longo prazo, mesmo diante de expectativa de sobreoferta no próximo ano. Hoje, muitos investidores ainda trabalham com preços de longo prazo em torno de R$ 150 por megawatt-hora (MWh), enquanto o custo marginal de expansão já estaria acima de R$ 200/MWh.
No novo modelo, o banco revisou para cima suas projeções de dividendos, agora em 8% para este ano, 12% para 2026 e 19% para 2027, ante 5%, 6% e 18% anteriormente, e ajustou o valor justo das ações em função de fatores como o efeito positivo de R$ 3,6 bilhões líquidos de impostos com a Revisão do Banco de Setores Elétricos (RBSE) e mudanças nas receitas de transmissão. O preço-alvo para ELET3 e ELET6 foi mantido em R$ 50 e R$ 56, respectivamente, com recomendação de compra.
Continua depois da publicidade
Na mesma linha, o JPMorgan também revisou seu modelo e reforçou a tese positiva para a Eletrobras. Para o banco, os dividendos anunciados, com yield de 4%, abriram espaço para discutir uma possível reprecificação da ação.
Em suas simulações, o JPMorgan calcula que a companhia poderia entregar dividend yields de 8% a 15% entre este ano e 2027, sustentados por uma nova política de capital que estabelece alavancagem em torno de 3,5 vezes dívida líquida/Ebitda, considerando preços futuros para 2025-2026 e premissa conservadora a partir de então.
O banco americano estima que, num cenário de preços de energia acima de R$ 200/MWh em 2026-2027, a Eletrobras negociaria a menos de dez vezes o preço sobre lucro (P/L), com potencial de valorização de 15% a 20% e ganhos adicionais se houver elevação de preços. Pelas projeções, a curva de preços futuros poderia elevar o Ebitda em até 15% no período de 2026 a 2028, especialmente pela maior rentabilidade de usinas hidrelétricas com variação de preço intradiário.
Continua depois da publicidade
O JPMorgan mantém recomendação overweight (acima da média de mercado) para a Eletrobras, com preço-alvo de R$ 50,50 para dezembro deste ano para ELET3, usando modelo de fluxo de caixa descontado (DCF) e soma das partes (SOTP), com custo médio ponderado de capital (Wacc) nominal em reais de 11,4%.
Entre os riscos mapeados, diz o banco, estão não entregar as promessas de eficiência pós-privatização, contingências bilionárias, decisões regulatórias desfavoráveis, custos de Angra 3 e quedas nos preços de energia para novos contratos.
Fique conectado