A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira (10) um acordo com Israel para expandir a ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O pacto inclui a abertura de novos pontos de entrada para a chegada de alimentos, medicamentos, combustível e o reparo de infraestruturas essenciais.
Segundo Kaja Kallas, alta representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, o acordo prevê:
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Reabertura de pontos de passagem bloqueados por Israel;
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Aumento do envio de alimentos, remédios e combustível;
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Proteção a trabalhadores humanitários;
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Reativação de estações de dessalinização de água.
A ajuda humanitária será distribuída por meio de padarias e cozinhas públicas na Faixa de Gaza, com foco em garantir que os mantimentos cheguem diretamente à população civil, evitando o desvio ao grupo Hamas, que governa o território palestino.
Os novos pontos de entrada incluirão rotas pela Jordânia e Egito, além de acessos no sul de Gaza, atualmente sob ocupação israelense.
“Esperamos que Israel cumpra todas as medidas acordadas”, afirmou Kallas nas redes sociais.
Conflito Israel-Hamas: Situação atual na Faixa de Gaza
A Faixa de Gaza está sob controle militar de Israel desde o fim de 2023, após uma ofensiva lançada em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro daquele ano.
O ataque do Hamas resultou em:
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Mais de 1.200 mortes em Israel, a maioria civis;
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Cerca de 250 pessoas sequestradas, das quais 49 ainda permanecem reféns em Gaza.
Em contrapartida, a resposta militar israelense provocou a morte de mais de 57.680 palestinos — majoritariamente civis — segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos dados são reconhecidos pela ONU.
Acusações internacionais contra Israel
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África do Sul levou o caso à Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando Israel de genocídio.
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Organizações não governamentais e a ONU criticam a ofensiva israelense, considerada desproporcional.
Ataques recentes
Na terça-feira (9), ao menos 23 pessoas, incluindo oito crianças, foram mortas em ataques israelenses na região central e sul de Gaza. Segundo a Defesa Civil Palestina, 12 das vítimas estavam próximas a um centro médico em Deir al-Balah.
O Exército de Israel disse que investigará os casos.