A gestão de Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (18) que os Estados Unidos não reconhecem as alterações feitas em 2024 pelas nações da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas regras internacionais de resposta a pandemias. Para o governo norte-americano, as mudanças violam a soberania do país.
As emendas foram aprovadas pelos países-membros da OMS para atualizar o Regulamento Sanitário Internacional, um conjunto de normas com força legal que busca coordenar ações globais em situações de emergência de saúde — cujas falhas ficaram evidentes durante a pandemia da Covid-19.
Apesar de Trump ter retirado os EUA da OMS logo após reassumir a presidência, em janeiro, o Departamento de Estado afirma que as novas normas ainda se aplicam ao país, o que levou à manifestação formal de rejeição.
“As mudanças podem comprometer de forma inaceitável o nosso direito soberano de definir políticas de saúde pública”, declararam, em nota conjunta, o secretário da Saúde, Robert Kennedy Jr., conhecido por posições antivacinas, e o secretário de Estado, Marco Rubio. “Vamos sempre priorizar os americanos e não aceitaremos nenhuma política internacional que ameace a liberdade de expressão, a privacidade ou os direitos individuais dos nossos cidadãos.”
As novas diretrizes da OMS incluem os conceitos de “emergência pandêmica” e reforçam princípios como solidariedade e equidade no combate a crises sanitárias. Elas foram aprovadas após a falha de um acordo mais amplo em 2023 — que só foi finalizado no ano seguinte, já sem a participação dos Estados Unidos.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou a decisão de Washington. Em postagem na rede X, afirmou que as mudanças respeitam a soberania nacional e ressaltou que a organização “não tem autoridade para impor lockdowns ou medidas similares”.
Durante o governo Biden, os EUA chegaram a participar das negociações, mas não houve consenso. O país exigia garantias em relação aos direitos de propriedade intelectual sobre vacinas desenvolvidas em território americano.
Na época, o então secretário de Estado Antony Blinken considerou as alterações um avanço. Já a nova gestão alega que as emendas não enfrentam com firmeza os riscos de censura ou interferência política na OMS, especialmente por parte da China, em contextos de epidemia.
De acordo com a OMS, o lenacapavir é uma alternativa altamente eficaz e de longa duração aos comprimidos orais diários e a outras opções de ação mais curta
Folhapress | 22:48 – 14/07/2025
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