Os resultados da WEG (WEGE3) têm desafiado as previsões de analistas após desempenho de ações muito diferentes do esperado. Os papéis da companhia desvalorizaram cerca de 30% nos últimos doze meses, sendo que 26% foram perdidos apenas em 2025. O resultado do último trimestre fez com que as perspectivas de crescimento de receita líquida mudassem, como destaca a análise do Goldman Sachs.
O foco, para o banco estrangeiro, se deslocou de expectativas de margem para perspectiva de crescimento de receita líquida depois do balanço do 2º trimestre. Informações sobre o impacto potencial da tarifa ainda vigor de 50% sobre bens exportados do Brasil para os EUA e a atuação da WEG para mitigar seus efeitos também são pontos aguardados, segundo o Goldman e o Research da XP.
A corretora estima que os resultados devem trazer desaceleração do crescimento da WEG, mas a rentabilidade deve seguir em patamares saudáveis. Mesmo assim, o clima é de otimismo, considerando a percepção do sentimento geral mais negativo e a precificação de expectativas pessimistas.
LISTA GRATUITA
10 small caps para investir
A lista de ações de setores promissores da Bolsa
Projeções para WEG | (em milhões) |
Receita líquida | R$ 10.328 |
Ebitda* | R$ 2.173 |
Lucro líquido | R$ 1.604 |
*Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (na sigla em inglês, Ebitda)
O cenário-base dos investidores, para a WEG, já pressuporia os riscos presentes para o nome. O ponto alto do balanço deverá ser a rentabilidade, segundo a análise, em especial considerado a melhor sazonalidade, ajustes contínuos de preços e melhor mix.
A receita líquida, que veio abaixo do esperado no 2º trimestre, foi alvo de revisão para baixo das estimativas, assim como o lucro. A visão do Goldman é que os dados são reflexo da precificação de um cenário com segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD). A área está mais exposta ao mercado de transformadores nos EUA, que tem espaço limitado para crescimento pela capacidade estrita e preço considerados estáveis.
Saiba mais: Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2025 da Bolsa brasileira
Continua depois da publicidade
“Notamos que atualmente estamos 0%/-5% abaixo do consenso Bloomberg no nível de receita líquida e 0%/-5% abaixo do consenso no nível de lucro líquido, para 2025/26, respectivamente. Continuamos a ver espaço para revisões para baixo no crescimento da receita líquida para 2026 (modelamos cerca de 3% ano a ano, enquanto o consenso ainda espera cerca de 8% de crescimento ano a ano). Em relação ao 3º trimestre de 2025, observamos que permanecemos em linha com o consenso em ambas as linhas”, afirma o Goldman.
Sobre as tarifas, ainda que haja uma expectativa sobre impacto negativo para a rentabilidade e que também gere crescimento de receita mais fraco devido à demanda igualmente menos forte, o efeito pode ser visto como limitado. Segundo o Goldman, a empresa envio quantidade significativa de produtos para os Estados Unidos antes da entrada em vigor das tarifas. Isso, na visão do banco estrangeiro, poderia garantir já cerca proteção para rentabilidade. Mesmo assim, a análise destaca a pouca visibilidade do impacto das tarifas na operação da WEG, portanto, não são consideradas nas estimativas realizadas pelo banco estrangeiro.
A recomendação da WEG, para o Goldman Sachs, é de venda, mesmo com a queda forte dos papéis em relação ao Ibovespa. Mesmo com papéis que poderiam ser considerados “baratos”, o espaço para reavaliação das ações para limitado para os analistas do banco estrangeiro, em especial considerando o enfraquecimento do momentum.
O Goldman também elenca fatores como a desaceleração do crescimento da receita líquida, aumento da incerteza macroeconômica e espaço limitado para crescimento da divisão GTD o curto prazo, para justificar a recomendação.
Fique conectado