O Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (FCNA), que reúne 15 entidades representando redes de supermercados, indústria e agronegócio, encaminhou ao governo federal um relatório alertando para os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo o documento, obtido pelo jornal, caso o quadro persista no médio prazo, o país pode registrar perdas de US$ 40,4 bilhões em um ano, o que significaria uma redução de 1,8 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB), derrubando a projeção de crescimento para este ano de 3,2% para 1,3%.
O estudo aponta que a indústria de transformação seria o setor mais prejudicado, com possível retração de até 5,6 pontos percentuais. Já a agropecuária e a indústria extrativa, por terem maior capacidade de redirecionar commodities para outros mercados, sofreriam impacto menor.
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O relatório também projeta queda de até 2% na arrecadação federal e perda de 179 mil postos de trabalho em até seis meses, podendo chegar a 287 mil em três anos, caso não haja medidas de estímulo ao consumo interno.
O relatório do FCNA foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a oito ministros, e é assinado por entidades como Abras, Abad, Abag, Abia, Abic, Abipla, Abir, ABPA, Abralatas, Abralog, Abramilho, Abre, Andav, ANR e CropLife Brasil.
Redução de danos
Para reduzir os impactos, o FCNA sugere ações como antecipar a vigência da cesta básica nacional com isenção total de tributos, acelerar cortes na taxa Selic, ampliar o crédito produtivo, desonerar e simplificar contratações formais e criar um programa emergencial para setores mais atingidos, com refinanciamento de dívidas e compra pública de excedentes.
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As entidades defendem que, se adotadas de forma coordenada, essas medidas podem neutralizar grande parte dos efeitos recessivos.
Apesar das projeções negativas do setor, a tarifa anunciada por Donald Trump não alterou fortemente as expectativas do mercado financeiro, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central divulgado na última segunda-feira (4).
A previsão para o IPCA de 2024 caiu de 5,09% para 5,07%, registrando a décima queda consecutiva, e as projeções para o PIB deste ano seguem em 2,23% há quatro semanas.
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