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Sentimento melhora no setor de papel e celulose, mas banco questiona sustentabilidade
Economia

Sentimento melhora no setor de papel e celulose, mas banco questiona sustentabilidade 

O sentimento no mercado chinês de papel e celulose melhorou levemente na última semana, impulsionado por um rali mais amplo nas commodities, sustentado por expectativas de estímulos macroeconômicos (como setor imobiliário e renovação urbana), além de uma possível reforma do lado da oferta.

A equipe do Goldman Sachs espera apenas estímulos moderados à infraestrutura e ao setor imobiliário no segundo semestre de 2025, para compensar parcialmente a desaceleração esperada com o fim da antecipação da demanda por exportações no primeiro semestre. Quanto à política anti-involução, as diretrizes ainda são imprecisas e o grau de incerteza é elevado. As únicas paralisações observadas até o momento foram direcionadas a mineradoras de carvão, pressionadas por baixa rentabilidade. Até agora, não há medidas semelhantes para outros setores, como o de papel.

No segmento de papel, apesar do excesso de oferta, as margens seguem positivas (no mercado doméstico e de exportação), especialmente para produtores integrados de celulose e papel. Esse fator, somado ao fato de o setor ser menor do que aço, cimento, veículos elétricos e baterias, leva o Goldman a considerar que a imposição de restrições de oferta pode ser lenta ou ter efeito pouco relevante. Ainda assim, não se descarta a possibilidade de cortes de financiamento em segmentos com menor taxa de utilização.

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O recente rali das commodities na China elevou os contratos futuros de madeira de fibra longa (softwood) e melhorou os preços de revenda. Isso ajudou os produtores a fecharem negócios na China com preços estáveis ou levemente menores em julho. Se o momento se mantiver, poderá haver anúncio de aumentos de preços em agosto. No entanto, os preços atuais ainda não são fortes o suficiente para alterar de forma significativa a dinâmica de oferta e demanda rumo a uma recuperação sustentável dos preços da celulose.

Em junho, os preços da fluff pulp (celulose fofa) caíram US$ 7 por tonelada na comparação mensal, segundo a TTOBMA. A tendência segue negativa e os preços devem continuar recuando em julho. Apesar disso, a fluff pulp ainda opera com um prêmio saudável em relação a outros tipos de madeira de fibra longa — entre US$ 250 e US$ 300 por tonelada —, o que mantém atrativa a conversão de oferta alternativa, já que um spread de US$ 200 por tonelada já seria suficiente para viabilizar esse movimento, segundo estimativas da própria TTOBMA. Além disso, novos projetos de produção estão prestes a entrar em operação, como os da espanhola ENCE (125 mil toneladas por ano) e da brasileira Suzano (340 mil toneladas por ano). Parte dessa nova oferta já estaria sendo direcionada ao mercado chinês, diante da tarifa de 10% imposta sobre as importações originadas dos Estados Unidos.

Já os preços da Dissolving Wood Pulp (DWP) — celulose solúvel usada principalmente na indústria têxtil — recuaram US$ 26 por tonelada em junho, também na comparação mensal. O cenário permanece desafiador, pressionado por demanda fraca do setor têxtil e preços baixos da madeira de fibra curta. Do lado da oferta, houve interrupções relevantes: a fábrica Valdivia, da chilena Arauco, teve uma parada técnica não planejada, enquanto a Bracell avalia redirecionar sua produção de DWP para BHKP (Bleached Hardwood Kraft Pulp — celulose branqueada de fibra curta). Esse fator pode ajudar a conter quedas adicionais, apesar do ambiente de demanda ainda fraca. No mercado de fibras artificiais (VSF – Viscose Staple Fiber), outros insumos como poliéster e algodão também seguem pressionando os preços, o que influencia negativamente o consumo de DWP.

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As importações de celulose pela China cresceram 5% em junho na comparação mensal e 20% em relação ao mesmo mês de 2024, totalizando 2,1 milhões de toneladas. O avanço foi impulsionado principalmente pela celulose de fibra curta, com alta de 11% m/m, enquanto a de fibra longa teve queda de 6% m/m. No acumulado de 2025, as importações chinesas de celulose já superam em 6% o volume registrado no mesmo período do ano passado.

Embora os preços da celulose de fibra curta tenham caído levemente na China, o BBI destaca que os valores de revenda e futuros já mostram sinais de recuperação nos últimos dias, reforçando a visão de que os preços atingiram um piso por volta de US$ 500 por tonelada, com riscos de queda mais limitados a partir deste patamar.

O banco também observa que, apesar da postura mais cautelosa dos fabricantes de papel chineses — diante da expectativa de maior oferta vinda do Brasil com a possível implementação de tarifas pelos EUA a partir de 1º de agosto —, fontes consultadas pela RISI confirmaram que produtores conseguiram manter os preços em torno de US$ 500 por tonelada.

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No lado da oferta, a RISI relatou que clientes chineses foram informados pela UPM de que sua fábrica de celulose NBSK Kaukas, na Finlândia (capacidade de 700 mil toneladas/ano), passará por uma parada de manutenção mais longa do que o previsto, devido à contínua pressão de custos. A expectativa é de que a unidade fique fora de operação ao menos até o fim de setembro.

Na visão do BBI, o cenário atual deve levar a novos cortes de produção nos próximos meses, já que várias fábricas na Europa continuam operando abaixo de níveis de preço sustentáveis.

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