O secretário de Transportes dos Estados Unidos (EUA), Sean Duffy, fez um alerta neste domingo (9) sobre o risco de colapso do sistema aéreo caso a paralisação do governo Donald Trump continue. Em entrevista à CNN Internacional, Duffy afirmou que o transporte aéreo poderá ser “reduzido ao mínimo” nas próximas semanas e que milhões de americanos podem ficar sem conseguir viajar no feriado de Ação de Graças, em 27 de novembro.
“Nas duas semanas antes do feriado, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo. Muitas pessoas querem voltar para casa, ver suas famílias, celebrar este grande feriado americano, mas muitas delas não conseguirão embarcar em um avião, porque não haverá tantos voos disponíveis se o governo não voltar a funcionar”, disse Duffy.
A Administração Federal de Aviação (FAA) informou que a falta de controladores de tráfego aéreo já afetou 42 torres e centros de comando e provocou atrasos em 12 grandes cidades, entre elas Atlanta, Newark, São Francisco, Chicago e Nova York.
Segundo a plataforma FlightAware, o país registrou 1.550 voos cancelados e 6.700 atrasos no sábado (8). Na sexta-feira (7), haviam sido 1.025 cancelamentos e 7.000 atrasos.
Para lidar com o problema, a FAA ordenou um corte de 4% nos voos de 40 grandes aeroportos, com previsão de subir para 10% até 14 de novembro. Caso o shutdown — a paralisação parcial do governo — se prolongue, os cortes podem chegar a 20%.
Governo Trump pressiona o Congresso dos EUA
O secretário afirmou que a crise é consequência direta da paralisação orçamentária e voltou a pressionar o Congresso a aprovar o plano republicano que permitiria reabrir o governo.
“Só vai piorar enquanto o governo continuar paralisado. O que estamos fazendo é administrar o caos da forma mais segura possível”, afirmou.
O governo Trump tenta usar o impacto no transporte aéreo como forma de pressionar os democratas a aprovarem o orçamento. Já a oposição acusa os republicanos de recusar negociações sobre os subsídios de saúde e usar o sistema aéreo como instrumento político.
Duffy, no entanto, insistiu que a questão é de segurança pública e que a continuidade do impasse coloca em risco “a confiança dos americanos no sistema de transporte do país”.
“A segurança do transporte não pode ser usada como arma política. Mas, se o governo continuar sem recursos, não teremos como manter o sistema funcionando plenamente”, concluiu.
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