SÃO PAULO (Reuters) – A Salic International Investment Company (SIIC), subsidiária integral da Saudi Agricultural and Livestock Investment Company, afirmou nesta quarta-feira ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que é acionista minoritária passiva das produtoras de alimentos BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3).
O esclarecimento do investidor saudita ocorre após um pedido formal de informações feito pelo Cade relacionado à proposta de aquisição da BRF pela Marfrig (MRFG3), rival da Minerva no segmento de carne bovina.
A Minerva alegou que a fusão envolveria a transferência dos atuais acionistas da BRF, incluindo a Salic, para a estrutura acionária da Marfrig, por meio de uma troca de ações.

A SIIC, que detém 11,03% da BRF e 24,49% da Minerva, afirmou que “não detém quaisquer direitos políticos que lhe permitam interferir ou influenciar a independência e o curso normal dos negócios e da administração da BRF e ou da Minerva.”
O negócio foi aprovado pelos acionistas minoritários de ambas as empresas na terça-feira.
O investidor saudita se absteve de votar e não participou das discussões sobre a fusão entre a BRF e a Marfrig, de acordo com documentos públicos do Cade.
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Separadamente, o Cade aprovou a transação proposta no início de junho. Mas a aprovação foi posteriormente contestada pela Minerva, que solicitou uma análise mais aprofundada do negócio.
A Minerva afirmou que, se a transação fosse concretizada, o investidor saudita ganharia influência sobre as decisões de negócios de três concorrentes: Minerva, Marfrig e BRF.
A BRF e a Marfrig não se manifestaram.
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O Cade respondeu à Minerva concordando com uma análise mais prolongada da fusão, de acordo com uma decisão pública na última segunda-feira.
“Verifico que os fatos alegados, se comprovados, podem indicar um possível alinhamento de interesses e troca de informações sensíveis entre os principais concorrentes do mercado relevante em questão”, escreveu o superintendente-geral do Cade. Essa decisão tem de ser confirmada pelos conselheiros do Cade em sessão virtual marcada para 11 de agosto.
Por lei, o Cade tem um prazo de 240 dias para investigar fusões complexas, prorrogável por 90 dias.
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Se aprovada, a Marfrig e a BRF criarão outra processadora global de alimentos brasileira, com fábricas nas Américas, Oriente Médio e Ásia.
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