Após a JSL (JSLG3) anunciar na terça-feira (21) a saída de Ramon Alcaraz do cargo de presidente-executivo (CEO) e a nomeação de Guilherme Sampaio como interino a partir de janeiro de 2026, analistas afirmam que enxergam a troca de comando na companhia de forma tranquila e bem estruturada e que o processo deve preservar a linha de gestão atual, com atenção à eficiência e aos resultados operacionais.
A movimentação ocorre após quase cinco anos de gestão de Alcaraz, período em que a empresa consolidou avanços operacionais e financeiros. A JSL diz que ele permanecerá na companhia até o fim do ano para conduzir a transição e, a partir de janeiro, seguirá como acionista e conselheiro.
Já Sampaio, atual diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores, está na JSL desde 2019 e coordenou projetos considerados importantes, como a reestruturação corporativa e o novo processo de listagem da JSL e da Simpar em 2020.
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Para a XP, a mudança surpreendeu o mercado, mas é comum que executivos empreendedores permaneçam cerca de cinco anos após aquisições. O banco observa que Sampaio teve papel central nas recentes melhorias financeiras e operacionais da empresa, o que, na visão dos analistas, deve assegurar estabilidade no curto prazo enquanto o conselho avalia opções permanentes para a liderança.
A Genial Investimentos avalia que a sucessão foi bem planejada e segue alinhada à cultura e à estratégia do grupo. Segundo o banco, Sampaio conhece profundamente as operações da companhia e liderou projetos de integração e tecnologia após a aquisição da TruckPad, o que reforça a confiança em uma transição sem sobressaltos e com foco na eficiência.
O Bradesco BBI também vê o processo de troca de comando como tranquilo. Os analistas lembram que Sampaio foi um dos principais responsáveis pela recuperação do retorno sobre o capital investido (Roic), que passou de 7,1% em 2020 para 14,5% nos 12 meses encerrados no segundo trimestre deste ano.
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Ele também teve papel importante no repasse de preços durante períodos de alta de custos de insumos, o que ajudou a elevar a margem de lucro operacional (Ebitda) para 20%, frente a cerca de 17% em 2019.
O JPMorgan manteve recomendação equivalente à compra para as ações da JSL, com classificação overweight (acima da média) e múltiplo de 3,2 vezes o valor da firma sobre o lucro operacional estimado para 2026 (EV/Ebitda). Para o banco, a saída de Alcaraz deve ocorrer de forma ordenada, sem grandes efeitos sobre as operações, já que Sampaio possui experiência em iniciativas estratégicas e conhece bem a estrutura do grupo.
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