Enquanto um segue com compra para as ações, outro grande banco tem visão neutra para o ativo.
Apesar da forte alta de 39% no acumulado no ano, o Bradesco BBI reiterou sua preferência por Sabesp (SBSP3) no setor de utilidade pública e elevou o preço-alvo para R$ 174, após atualizar suas projeções com base nos resultados do 2T25 e incorporar ajustes referentes à primeira revisão tarifária pós-privatização, prevista para o início de dezembro de 2025.
O banco também destaca que a recuperação de sua concessão atual não está totalmente precificada, além do potencial crescimento inorgânico por meio do leilão planejado pelo Estado de São Paulo para vender novas concessões de saneamento no final de 2026 e, até mesmo participar da privatização da Copasa (CSMG3) pretendida pelo Estado de Minas Gerais para o 1T26.
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Em termos de avaliação, o BBI vê a Sabesp sendo negociada a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 11,6%, o que parece atraente em comparação com empresas premium como a Equatorial (a 9,6%) e a Energisa (10,1%).
O BBI avalia que a TIR da Sabesp tende a se aproximar da NTN-B nos próximos anos, impulsionada por dois possíveis fatores: a redução do CAPEX até 2030, com o avanço da universalização e o início do pagamento de dividendos mais robustos; e/ou a possibilidade de a empresa se tornar uma plataforma de crescimento inorgânico, aproveitando sua escala e baixo custo de capital.
Ajuste tarifário em dezembro
O primeiro reajuste tarifário da Sabesp como empresa privada deve ocorrer em dezembro de 2025.
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Embora não seja uma revisão completa — que acontecerá apenas em 2029 e incluirá mudanças em custos regulatórios, WACC, fator K, entre outros —, “esse ajuste será importante para esclarecer como o regulador tratará os investimentos da companhia e como será aplicada a nova fórmula de compensação do CAPEX entre revisões tarifárias, prevista na emenda aprovada no fim de 2024”, explica UBS BB.
Segundo o UBS BB, o ajuste de dezembro também atualizará a RAB líquida estimada em R$ 85,9 bilhões no fim de 2024 e aplicará correções do ciclo anterior, ainda pré-privatização, quando a Sabesp operava sob o modelo prospectivo.
O fator U (que ajusta o retorno sobre investimentos) ainda não será aplicado — isso só ocorrerá na revisão de 2026, válida para as tarifas de 2027.
No geral, o banco estima um reajuste tarifário nominal de cerca de 3,0% neste ano.
UBS BB tem visão neutra
O UBS BB manteve recomendação neutra para Sabesp, com preço-alvo passando de R$ 136 para R$ 146 por ação. Segundo o banco, a mudança reflete a adoção do múltiplo de 6,1 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA aplicado ao EBITDA de 2027 (ex-VNR), em vez do modelo anterior de fluxo de caixa descontado.
Nas estimativas do banco, a ação oferece uma TIR real de 12,8% aos preços atuais.
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