As ações da RD Saúde (RADL3) avançavam mais de 8% nesta segunda-feira, capitaneando as altas do Ibovespa no segundo pregão seguido de alta, após tocarem uma mínima intradia desde meados de 2019 na última quinta-feira.
A dona das redes de farmácias Raia e Drogasil divulga na terça-feira, após o fechamento do mercado, seu balanço do segundo trimestre.
De acordo com analistas do Citi, os números devem vir “melhores do que o temido”, refletindo uma esperada aceleração do crescimento do lucro bruto e controle rigoroso das despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A).

Confira:
Os analistas destacaram, porém, que receios com a concorrência no e-commerce provavelmente não desaparecerão tão cedo, e que as ações terão que superar a “muralha de preocupações” do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no futuro próximo.
“Isso exigirá uma combinação de crescimento consistente do lucro bruto e disciplina contínua em SG&A — ambos fatores cruciais para mitigar os riscos de lucros no curto prazo”, afirmaram Leandro Bastos e Renan Prata.
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“Além disso, manchetes envolvendo supermercados podem continuar pressionando o papel no curto prazo”, acrescentaram os analistas do Citi em nota a clientes.
Já o JPMorgan ressalta que está cerca de 5% abaixo do consenso de lucro por ação (LPA) da Bloomberg para RD Saúde mas, com base em suas conversas com investidores institucionais, acredita que esse consenso está defasado, enquanto o cenário de médio prazo permanece sólido, apesar dos resultados fracos persistirem até o 3T25.
Por volta de 14h35, as ações da RD subiam 8,18%, a R$14,82, tendo chegado a R$14,84 na máxima até o momento. No mesmo horário, o Ibovespa tinha acréscimo de 0,04%. No ano, porém, os papéis da companhia acumulam queda de cerca de 32%.
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CANETAS
O Itaú BBA também chamou a atenção em relatório a clientes para o início das vendas em algumas redes de farmácias, entre elas as da RD a partir desta semana da primeira caneta para emagrecimento fabricada no Brasil – Olire, produzido pela EMS.
Os analistas Rodrigo Gastim e equipe afirmaram que, até o momento, não esperam um impacto relevante nas vendas das farmácias do Olire, que tem como princípio ativo o liraglutida, o mesmo do Saxenda, da Novo Nordisk.
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Mas avaliam que o desempenho do medicamento pode oferecer uma prévia do que esperar quando os genéricos de Ozempic, que têm a semaglutida como princípio ativo, chegarem ao mercado em 2026, o que eles consideram um “verdadeiro divisor de águas”.
A equipe do Itaú destacou que diversos laboratórios, incluindo EMS, Cimed, Hypera (HYPE3) e Biomm, já estão se preparando para lançar suas versões, uma vez que a patente do Ozempic está prevista para expirar em março do próximo ano.
“Embora ainda haja incertezas, essas análises ajudam a ilustrar que o fim da patente do Ozempic pode representar um vento favorável relevante para as farmácias em 2026.”
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Ainda com pano de fundo para as ações da RD, a equipe da Ágora Investimentos recomendou compra dos papéis com base em análise gráfica, citando um primeiro objetivo aos R$14,02 e um segundo aos R$14,33.
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