
Desde segunda-feira (7) passada que o presidente dos Estados Unidos vem enviando cartas a diferentes parceiros econômicos informando novas alíquotas de importação impostas a cada um. No total, 24 países e a União Europeia receberam aviso do republicano. As medidas, no entanto, não foram bem recebidas pelos próprios americanos.
Para Maria Irene Jordão, analista global da XP, que participou do Morning Call da XP nesta segunda (14), as novas tarifas anunciadas por Trump foram bem superiores ao esperado depois de uma pausa. Isso provocou um choque de confiança, avaliou ela.
A aprovação de Donald Trump, que voltou a cair na semana passada, revela essa face. “Caiu de forma bastante aguda”, apontou a analista.

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“Ainda está acima do nível registrado no final de abril e início de maio, mas é uma queda preocupante porque ele tem que responder muito a aprovação para essa questão de tomada de decisão de política econômica”, analisou. A aprovação de Trump, de acordo com o Real Politics Politics, está hoje em 45,6% – no início do governo, esse índice girava em torno de 52%.
Em outra vertente, a analista afirmou que a guerra comercial ainda não se traduziu em inflação e efeito na atividade econômica nos Estados Unidos. “Ainda não se tem visto isso materialmente”, disse.
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“O que a gente viu foi uma deterioração na confiança imediatamente após o ‘Liberation Day’ (dia 2 de abril, quando Trump anunciou tarifaço global)”, afirmou. De acordo com Maria Irene Jordão, houve um nível de recuperação na confiança porque os dados de inflação e atividade permaneceram relativamente comportados. Mas agora, segundo ela, há muitas incertezas sobre os impactos das tarifas recém-anunciadas.
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Tipos de tarifas
Ela lembrou que há distinções na aplicação de tarifas pelos Estados Unidos aos seus parceiros comerciais.
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“Há tarifas com objetivos específicos, que tem como alvo algum produto, como caso da indústria automobilística, além de aço, produto siderúrgico e, na semana passada, o novo alvo que foi o cobre”, comentou.
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E tem a tarifa retaliatória, pontuou ela. “É uma classe a parte. Para cada país Trump vê uma ferramenta de negociação. Pode ser acordo com empresa americana, investimento direto nos Estados Unidos e algo político, como a gente tem visto na América Latina”, explicou.
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Jordão apontou que desde fevereiro Trump vem pressionando politicamente a América Latina, com o primeiro caso acontecendo com a Colômbia, e agora com o Brasil. “A América Latina tem sofrido um pouco mais nesse sentido com essa ferramenta de negociação, que é um meio delicado em relação a outros contextos”, afirmou.
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