O Magazine Luiza (MGLU3) divulga seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) nesta quinta-feira (7), enquanto o Grupo Casas Bahia (BHIA3) revela seus números na próxima semana, mais precisamente dia 13 de agosto.
De acordo com projeções de analistas compiladas pela LSEG, o Magalu deve ter prejuízo de R$ 22,76 milhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 689,28 milhões e receita líquida de R$ 9,23 bilhões. Já para Casas Bahia, a expectativa é de prejuízo de R$ 464 milhões, Ebitda de R$ 555,33 milhões e receita de R$ 6,84 bilhões.
A expectativa da XP Investimentos para o e-commerce em geral é de resultados semelhantes aos do primeiro trimestre, com o crescimento da receita ainda pressionado, mas com a Casas Bahia apresentando tendências ligeiramente melhores que o Magazine Luiza.

Na mesma linha, a Genial Investimentos avalia que o segundo trimestre de 2025 será atípico para a Casas Bahia, também acreditando que a performance da companhia pode superar a de seu principal concorrente, o Magalu.
Nos dois trimestres anteriores, o canal físico de BHIA3 se destacou em relação ao digital, que seguia impactado pela descontinuação das vendas B2B (venda entre empresas) no modelo 1P (venda direta da empresa para o consumidor). Mas, com o arrefecimento da carteira de crédito, a Genial projeta que o canal digital deve voltar a ganhar participação no GMV (volume bruto de mercadorias) da varejista, algo que não acontecia desde o quarto trimestre de 2021.
A corretora espera ainda que o fechamento de 22 lojas, parte do processo de reestruturação de unidades não rentáveis, resulte em um aumento momentâneo das “outras despesas”, estimadas em R$ 55 milhões. Esse valor seria quase três vezes maior que o registrado no primeiro trimestre, mas 43,5% inferior ao reportado no mesmo período do ano passado.
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A expectativa para as Casas Bahia é de uma recomposição de 110 pontos-base na margem Ebitda (Ebitda/receita) ajustada, que pode atingir 8,1% no trimestre. Ainda assim, devido ao aumento das despesas financeiras, influenciado por efeitos não caixa (que não envolvem saída de recursos financeiros), como modificação de dívida (renegociação com impacto contábil) e marcação a mercado de derivativos (ajuste de valor de instrumentos financeiros ao preço corrente) — a Genial projeta que o prejuízo líquido da companhia deve se ampliar para R$ 510 milhões, ante R$ 408 milhões no trimestre anterior.
A casa faz um alerta para eventuais distorções e reforça a importância de considerar a base de comparação no segundo trimestre de 2024; a empresa reconheceu uma modificação de dívida que adicionou R$ 637 milhões ao resultado financeiro, levando a um lucro líquido contábil de R$ 37 milhões.
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Já o Itaú BBA, para o Magalu, espera vendas nas mesmas lojas 5% acima do segundo trimestre de 2024, enquanto o volume total de vendas online deve contrair 1%. “Apesar disso, o foco contínuo da empresa em rentabilidade deve possibilitar uma ligeira expansão nas margens. Por fim, as despesas financeiras devem permanecer pesando sobre o resultado da companhia, que deve permanecer no campo negativo”, avalia. O BBA projeta prejuízo líquido ajustado de R$ 17 milhões, Ebitda ajustado de R$ 538 milhões e receita líquida de R$ 9,34 bilhões.
O Santander projeta receitas estáveis para o Magalu no 2º trimestre (GMV em lojas físicas com alta de 4,8% em relação ao ano anterior, compensado pela queda de 1,4% em relação ao ano anterior no Online). Além disso, a expansão da lucratividade dos trimestres anteriores será interrompida no 2º trimestre, pois espera uma margem Ebitda estável em 7,9% (margem bruta estável e ganhos limitados de alavancagem operacional).
Na visão do Bradesco BBI, o GMV total do Magalu deve permanecer estável em relação ao mesmo período do ano anterior, em vista do ambiente macroeconômico desafiador, com o desempenho das lojas físicas (SSS –vendas de mesmas lojas -em +5,5%) continuando a superar o canal online (-1,5%).
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“Em termos de rentabilidade, esperamos que a margem Ebitda ajustada desacelere em relação ao trimestre anterior, mas permaneça estável na comparação anual, em 7,9%, mais uma vez impulsionada pelas sólidas contribuições das operações da Luizacred. Por fim, os resultados financeiros líquidos devem continuar pressionando os resultados em meio a taxas de juros persistentemente altas”, avalia o banco.
Já para Casas Bahia, a empresa deve apresentar um crescimento de 6% do GMV total, em base anual, com o impulso do marketplace (+13%) sustentando o e-commerce (+8%) e compensando a desaceleração das lojas físicas (SSS em +6%). A margem bruta da empresa (-1 pp em base anual), por sua vez, avalia o BBI, deverá enfrentar obstáculos devido à dinâmica do mix de categorias/canais.
“No entanto, prevemos expansão da margem Ebitda (1,20 pp em base anual), apoiada pelos ajustes operacionais em andamento da empresa, pela alavancagem operacional e pela redução das despesas com mão de obra. Por fim, as pesadas despesas financeiras devem continuar pressionando o resultado final – lembramos que o lucro líquido contábil do 2T24 foi beneficiado por ajustes positivos não recorrentes de renegociação de dívida”, apontam os analistas do banco.
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