O Bradesco BBI avaliou de forma positiva a conquista da nova concessão pela CS Infra, subsidiária da Simpar (OP, R$ 10,00), destacando que a empresa obteve o ativo pagando apenas um ágio mínimo sobre a taxa mínima de concessão.
Segundo o banco, o WACC (custo médio ponderado de capital) regulatório de 15% (em termos reais, em dólares) é atrativo e não contempla nenhum potencial adicional oriundo das receitas auxiliares mencionadas pela companhia na teleconferência. O modelo do governo considera apenas as receitas auxiliares atualmente disponíveis. Nas estimativas do Bradesco BBI, com alavancagem de 80%, a CS Infra pode alcançar uma TIR alavancada (em termos reais, USD) próxima de 19%.
O banco observa que o projeto se encaixa perfeitamente na estratégia da Simpar e da CS Infra, já que envolve uma concessão com possibilidade de agregar serviços. A própria CS Infra afirmou que a operação poderá gerar oportunidades para o grupo como um todo. Além disso, o impacto sobre a alavancagem financeira da Simpar é praticamente irrelevante, permanecendo em 3,6 vezes no 1T25.

O projeto prevê que a CS Infra será responsável pela administração e operação de 14 km de rodovia, incluindo uma ponte que liga o Brasil à Argentina e o Centro Unificado de Fronteiras (CUF), por um período de 25 anos. A proposta vencedora incluiu um ágio de 0,38% sobre a taxa mínima de concessão de US$ 26,5 milhões, com pagamento de US$ 2,6 milhões na assinatura do contrato e o saldo em 24 parcelas anuais, totalizando US$ 26,6 milhões.
As receitas começarão a ser geradas desde o início da operação, enquanto os investimentos totalizarão US$ 31 milhões ao longo do contrato, dos quais cerca de 68% serão aplicados nos primeiros seis anos. A companhia informou que metade da receita virá do CUF e a outra metade das praças de pedágio, havendo ainda a possibilidade de explorar receitas auxiliares autorizadas pela COMAB, a autoridade concedente.
A CS Infra ressaltou ter adotado uma postura conservadora na modelagem financeira, considerando apenas receitas já existentes. Entretanto, identificou diversas oportunidades de crescimento, como expansão de armazéns (especialmente o da Stellantis, que sofre com demanda reprimida), implantação de serviços solicitados por clientes, publicidade ao longo da ponte, construção de prédios operacionais, além de centros de distribuição, postos de combustível, lojas duty-free e novos armazéns logísticos. Essas receitas adicionais não seriam compartilhadas com a autoridade concedente.
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O Bradesco BBI reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para Simpar, com preço-alvo de R$ 10, o que representa um potencial de valorização de 104,5% frente a cotação de fechamento de quinta-feira (7) de R$ 4,89.
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