Notícias em alta
Categorias
Fique conectado
Notícias em alta
Ao utilizar nosso site, você concorda com o uso de nossos cookies.

Notícias

Prévias operacionais de Assaí e Carrefour reforçam cautela com varejo alimentar
Economia

Prévias operacionais de Assaí e Carrefour reforçam cautela com varejo alimentar 

O Assaí (ASAI3) divulgou na última quarta-feira (22) sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2025 (3T25). Diferentemente do padrão observado entre varejistas, a companhia não mencionou crescimento de vendas ou desempenho de lojas comparáveis (SSS), concentrando-se em indicadores de alavancagem e fluxo de caixa.

O atacarejo reiterou a projeção de encerrar o ano com dívida líquida/EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) (pré-IFRS 16) em torno de 2,6 vezes.

O JPMorgan avalia que a alavancagem atual de 3,03 vezes dívida líquida/EBITDA e o EBITDA ajustado estimado vieram em linha com as expectativas, enquanto o fluxo de caixa de R$ 423 milhões ficou abaixo de sua projeção de R$ 573 milhões.

LISTA GRATUITA

10 small caps para investir

A lista de ações de setores promissores da Bolsa

Além disso, após o resultado fraco do Carrefour no Brasil, com o formato Atacadão registrando crescimento de 1,3% nas vendas mesmas lojas (SSS), a ausência de comentários do Assaí sobre faturamento e SSS e a geração de caixa mais fraca que o esperado devem adicionar ruído adicional ao caso de investimento.

O relatório também inclui uma análise de sensibilidade da margem EBITDA para estimar a receita do 3T25. Caso a expansão da margem no trimestre se mantenha próxima ao observado no 1º semestre de 2025, o crescimento da receita deve ter ficado entre 1% e 2% na base anual, o que indicaria desempenho inferior ao do Atacadão.

Com as ações sendo negociadas a 11,6 vezes e 7,5 vezes o lucro (IAS 17) para 2026 e 2027 e a 14 vezes e 9 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) (IFRS 16), o JPMorgan mantém recomendação underweight para o papel.

Continua depois da publicidade

Com base nesses números, o Itaú BBA prevê o EBITDA ex-IFRS 16 e ex-participações em coligadas em R$ 1,066 bilhão, cerca de 0,6% abaixo da sua estimativa. Isso, de acordo com banco, sugere que o resultado provavelmente ficará abaixo das expectativas do mercado.

“Curiosamente, a empresa ainda não divulgou receita, margem ou média de caixa e dívida financeira bruta, informações que permitiriam avaliar a geração de caixa com maior precisão”, destaca o BBA. Considerando apenas a alavancagem reportada de 3,03 vezes contra a estimativa do banco de 2,99 vezes, o resultado ficou ligeiramente abaixo do esperado.

O BBA manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 13.

Já o BTG avaliou que o Assaí mostrou melhora adicional do balanço e forte geração de caixa, embora o EBITDA pré-IFRS16 tenha ficado abaixo das estimativas. O EBITDA implícito de R$ 1,07 bilhão ficou aproximadamente 5% abaixo das projeções, sugerindo desempenho operacional mais fraco.

A empresa gerou R$ 3,1 bilhões de fluxo de caixa livre nos últimos 12 meses, incluindo R$ 909 milhões no trimestre, acima da expectativa de R$ 600 milhões. A gestão reafirmou a meta de encerrar 2025 com Dívida Líquida/EBITDA (pré-IFRS16) em torno de 2,6 vezes, reforçando disciplina financeira, na avaliação do BTG.

O BTG destacou que o enfraquecimento das vendas no varejo alimentar pressiona as estimativas e deve continuar impactando a ação no curto prazo. Com a inflação de alimentos desacelerando até meados de 2026 e o consumo ainda contido, o setor enfrenta um cenário desafiador, marcado por baixo volume e comportamento de “trade down” (prática de um consumidor substituir um produto mais caro por um mais acessível) por parte dos consumidores. Apesar disso, manteve classificação de compra e preço-alvo de R$ 14.

Continua depois da publicidade

Carrefour

As vendas mesmas lojas (SSS, excluindo calendário) do formato Atacadão cresceram 1,3%, superando o mercado em volume e vendas, apesar da queda de volumes, segundo o comunicado.

No varejo tradicional, o SSS ficou praticamente estável, sustentado pelo desempenho de alimentos com maiores volumes, mas prejudicado pela categoria de não alimentos. A empresa também está reduzindo o foco no e-commerce de não alimentos para priorizar a rentabilidade.

O Sam’s Club, por sua vez, apresentou SSS de 0,8%. Para as empresas sob a cobertura do JPMorgan, especialmente Assaí e Grupo Mateus (GMAT3), os resultados reforçam que o ambiente de mercado segue desafiador.

Continua depois da publicidade

O Carrefour mencionou que houve uma queda geral de volumes no segmento de atacarejo desde maio de 2025, o que confirma a tendência negativa. O JPMorgan espera que o Assaí apresente um SSS semelhante ao do Atacadão, em torno de 1,7%, o que indica tendências fracas no 4T25 e início de 2026. No geral, mantendo a visão cautelosa para o setor de varejo alimentar.

Postagens relacionadas