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Por que os mercados estão temendo uma crise do crédito nos EUA?
Economia

Por que os mercados estão temendo uma crise do crédito nos EUA? 

A sessão desta sexta-feira foi marcada por mais um motivo de tensão para os mercados globais. Há uma preocupação além dos desdobramentos entre Estados Unidos e China, após o anúncio de mais tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e da possibilidade de uma bolha envolvendo companhias ligadas a Inteligência Artificial (IA): afinal, há uma crise de crédito se aproximando nos EUA?

Após o colapso recente das empresas First Brands Group e da Tricolor Holdings nos Estados Unidos, as perdas divulgadas pelos bancos regionais americanos Zions Bancorp e Western Alliance Bancorp pareceram pequenas — valores na casa de dezenas de milhões, não de bilhões.

Ainda assim, a revelação quase simultânea de supostas fraudes em empréstimos reacendeu em Wall Street o debate sobre se a era do capital abundante e de alto risco está prestes a cobrar seu preço de bancos e instituições não bancárias.

“A preocupação ganhou força após a divulgação de suspeitas de fraudes em empréstimos vinculados a fundos imobiliários problemáticos, o que levou investidores a reduzir a exposição ao setor”, destaca a Ágora Investimentos.

O Zions Bank reportou perdas de US$ 50 milhões, e as ações do Western Alliance caíram 11%, reacendendo discussões sobre a saúde do crédito regional americano, segundo José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos. A perspectiva é de que o mercado siga monitorando o cenário internacional, mas com base sólida no Brasil, há espaço para estabilidade e boas oportunidades, segundo Alfaix.

Uma possível crise de crédito, ainda que envolvendo players menores em um primeiro momento, poderia contaminar parte relevante do sistema bancário dos EUA. Uma parte crescente das carteiras de empréstimos dos bancos está financiando players do mercado privado que avançam sobre o território tradicional de empréstimos comerciais dos bancos.

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Apesar dos temores, o diretor financeiro do JPMorgan, Jeremy Barnum, e seu equivalente no Wells Fargo, Michael Santomassimo, tranquilizaram os analistas dizendo que grande parte das exposições é para players privados grandes e estabelecidos.

Alerta de Jamie Dimon

Após a divulgação da falência do financiador de automóveis Tricolor Holdings e do fornecedor de peças First Brand Group, o CEO do banco JPMorgan Chase afirmou que seu alerta dispara quando situações assim acontecem.

“Provavelmente não deveria dizer isso, mas quando você vê uma barata, provavelmente há mais. Todos devem estar avisados sobre isso”, disse em teleconferência com analistas.

O alerta não é sem razão, considerando que o ritmo das tomadas de empréstimo por empresas vem se intensificando, aliada à oferta de retornos elevados aos investidores. Em sua visão, a possibilidade de perdas maiores caso a economia piore e chegue a uma recessão é presente.

A fala foi rebatida por Marc Lipschultz, chefe da Blue Owl Capital, dizendo que o problema estava nos empréstimos liderados pelos bancos, então Dimon deveria revisar seus próprios livros se quiser eliminar mais “baratas”.

Para o CEO, a diligência mal feita por bancos nas duas companhias que entraram em colapso são prova dos riscos crescentes causados pelos novos players no mercado de crédito.

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(com Bloomberg)

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