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Por que Braskem (BRKM5) afunda ao menor valor em uma década?
Economia

Por que Braskem (BRKM5) afunda ao menor valor em uma década? 

As ações da Braskem (BRKM5) vivem um pregão de forte turbulência nesta sexta-feira (26). Às 14h12, os papéis recuavam 13,23%, cotados a R$ 7,15, o menor nível desde 21 de agosto de 2015. No pior momento do dia, chegaram a R$ 7,07.

A ação praticamente não influencia no desempenho do Ibovespa, com apenas 0,1% de participação no índice, mas chamou a atenção dos investidores neste encerramento de semana.

O que explica um tombo tão acentuado? Entenda a seguir o pano de fundo da crise da companhia, e qual a visão dos analistas para o papel.

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Sinal de reestruturação

O gatilho foi o anúncio de que a petroquímica contratou assessores financeiros e jurídicos para revisar sua estrutura de capital. A iniciativa busca alternativas para enfrentar um ambiente desafiador: endividamento elevado, margens comprimidas e um ciclo global de baixa no setor de petroquímicos que, segundo a própria empresa, pode durar anos.

Para os investidores, foi sinal de que a companhia pode buscar uma reestruturação em breve.

Dívida elevada e risco de reestruturação

O JPMorgan lembrou que a Braskem opera com alavancagem de cerca de 10,5 vezes, patamar visto como insustentável. Para os analistas, o mercado interpretou a decisão como sinal de que a companhia pode caminhar para uma reestruturação formal da dívida, ainda que uma solução negociada fora da Justiça não esteja descartada.

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Bradesco BBI: “não existe bala de prata”

O Bradesco BBI destacou que a contratação de assessores não resolve, por si só, os desafios da companhia. “Não existe bala de prata para entregar a virada da Braskem”, disse o banco em relatório.

Na visão dos analistas, revisar a estrutura de capital é apenas uma das várias alavancas possíveis, ao lado de medidas como: aprovação do projeto de lei 892/2025, conhecido como PRESIQ (Programa Especial para a Sustentabilidade da Indústria Química), cortes de custos, venda de ativos, renegociação de contratos de matérias-primas e até uma potencial oferta de ações.

O banco ressaltou ainda que a Braskem reafirmou seu compromisso com os stakeholders e que vem implementando iniciativas de transformação para mitigar o prolongado ciclo negativo da indústria química. Essas ações, se bem executadas, podem reforçar a competitividade e a resiliência do setor no Brasil.

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O UBS BB foi além e apontou que tarifas de importação mais altas e a aprovação do REIQ/PRESIQ viraram pré-requisitos para conter a queima de caixa no curto prazo. Diante disso, o banco reduziu a recomendação de BRKM5 de compra para neutro e cortou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 10.

O papel do PRESIQ

A proposta de criação do PRESIQ foi recebida em julho como um alívio potencial para a Braskem. Ela prevê a concessão de créditos fiscais para fortalecer a indústria petroquímica brasileira, e analistas da XP estimaram que poderia gerar até US$ 500 milhões por ano em Ebitda para a companhia até 2026, um ganho equivalente a cerca de 40% das projeções de lucro operacional para 2025.

Na época, a expectativa animou os investidores. Em 9 de julho, após a Câmara aprovar regime de urgência para o projeto, BRKM5 saltou mais de 8% em um único pregão, chegando a R$ 10. Mas os analistas já alertavam que o texto teria um longo caminho a percorrer, sujeito a mudanças e incertezas no Congresso.

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Hoje, com o ciclo global adverso e a revisão da estrutura de capital, a aprovação do PRESIQ volta a ser vista como peça-chave – mas insuficiente, sozinha, para resolver os problemas estruturais da companhia.

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