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Petrobras tem bom resultado, mas dividendo decepciona – mercado projeta queda da ação
Economia

Petrobras tem bom resultado, mas dividendo decepciona – mercado projeta queda da ação 

Resultados em linha, mas fluxo de caixa livre e, consequentemente, os dividendos, devem suscitar uma reação negativa aos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) divulgados pela Petrobras (PETR3;PETR4), apontam analistas.

“A Petrobras reportou um Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] ajustado por itens não recorrentes de US$ 10,2 bilhões, acima das nossas estimativas, mas em linha com o consenso. No entanto, o Fluxo de Caixa Livre (FCF) ficou abaixo das expectativas”, aponta o Itaú BBA.

Isso se deveu principalmente a: i) um consumo inesperado de capital de giro, que resultou em um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de US$ 7,5 bilhões (US$ 300 milhões abaixo das suas projeções e US$ 700 milhões abaixo do consenso); e ii) um investimento caixa acima do esperado, de US$ 4 bilhões (US$ 300 milhões acima das suas estimativas e US$ 400 milhões acima do consenso).

Como resultado, os dividendos ordinários do trimestre totalizaram US$ 1,6 bilhão (2,1% de yield, ou rendimento de dividendos), abaixo das estimativas do BBA de US$ 1,9 bilhão e abaixo do consenso de US$ 2 bilhões.

O Bradesco BBI também reforça que o Ebitda ajustado de US$ 10,2 bilhões no 2T25 ficou ligeiramente acima da sua estimativa e 1% acima do consenso mas que, apesar dos resultados sólidos, houve frustração com o alto nível de capex (despesas de capital) em caixa (US$ 4,1 bilhões), que resultou em um pagamento de dividendos cerca de US$ 400 milhões abaixo do esperado.

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“A administração deverá explicar as tendências de capex na teleconferência, já que o consenso esperava queda em relação ao 1T25. Houve também maior consumo de capital de giro, provavelmente relacionado ao aumento da produção, que deve se recuperar”, apontam os analistas do banco. Os dividendos totais também ficaram abaixo da estimativa do BBI, que era de US$ 2 bilhões.

Em reais, o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares é no valor de R$ 8,66 bilhões, equivalente a R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial em circulação.

O montante será pago como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 30 de junho. Os proventos serão pagos em duas parcelas em novembro e dezembro de 2025.

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“Como a previsibilidade e a dependência do carregamento de dividendos têm sido fatores importantes para os investidores na tese de investimento da Petrobras, prevemos uma reação negativa do mercado”, avaliou o BBA.

O Goldman Sachs também aponta que “o destaque negativo foi a queda na conversão do Ebitda em fluxo de caixa livre e o pagamento de dividendos, impactados por um capex maior que o esperado e fluxo de caixa operacional mais fraco”.

Diretrizes do plano estratégico

O Conselho de Administração decidiu ainda incluir o posicionamento em distribuição entre os elementos estratégicos do Plano Estratégico da empresa, com duas diretrizes importantes: i) “Em conformidade com as disposições contratuais vigentes”, o que
indica que, de acordo com os termos do contrato de marca com a Vibra (VBBR3), a empresa está impedida de atuar no negócio de distribuição de líquidos devido a uma cláusula de não concorrência (pelo menos até 2029); e ii) “atuar na distribuição de GLP”, o que indica que a empresa planeja entrar no negócio de distribuição de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

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O BBA ressalta que o setor de GLP passou por mudanças significativas desde a privatização da Liquigás em 2021. Em sua cobertura, a Ultrapar (UGPA3), por meio da Ultragaz, é o player mais relevante neste segmento e pode ser afetada por este anúncio.

Recomendações

O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e apontou ter estabelecido um novo preço-alvo para o final de 2026 em US$ 13,50 por ADR (recibo de ações da companhia, ou R$ 40 por ação PETR4), com base numa projeção de dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de 12% para os próximos 5 anos.

“À medida que nos aproximamos de 2026, as ações da Petrobras normalmente se tornam mais voláteis, por conta dos anos eleitorais. Continuamos a apreciar a combinação de um carregamento de dividendos de cerca 10%+ com opções de alta dependendo dos resultados das eleições; além disso, o posicionamento técnico parece mais leve”, avalia.

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O Itaú BBA também tem recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 43 para o ativo PETR4, enquanto o Goldman também tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 35,10.

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