O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, saiu em defesa do ditador Nicolás Maduro no sábado (9), dias após o governo dos Estados Unidos anunciar que a recompensa por informações que levem à prisão do líder venezuelano passou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões.
A medida foi determinada pelo governo do presidente Donald Trump, que acusa Maduro de comandar uma rede internacional de narcotráfico. Em comunicado publicado no X, Petro disse que não acredita que “a solução dos problemas políticos dos venezuelanos passe por colocar dinheiro para matar ou capturar líderes políticos”.
O aumento da recompensa, segundo o Departamento de Justiça americano, representa o maior valor já oferecido pelos EUA, superando o montante oferecido pela captura de Osama bin Laden após os atentados de 11 de setembro. A procuradora-geral, Pam Bondi, declarou que Maduro está “diretamente vinculado” a operações de narcotráfico e o classificou como “um dos maiores narcotraficantes do mundo”. Ela também o acusou de atuar junto ao grupo criminoso Tren de Aragua, definido por Washington como organização terrorista, e ao Cartel de Sinaloa, para inserir drogas e violência nos Estados Unidos.
Na publicação, Petro disse concordar com o combate ao narcotráfico “sobre a base do respeito à soberania nacional” e que é necessário “duplicar ou triplicar a luta contra as organizações narcotraficantes, começando por seus grupos, suas finanças e a apreensão massiva de sua mercadoria ilícita”. O presidente colombiano acrescentou que seu governo “tem coordenado e continuará coordenando com todo governo que se comprometa de verdade nessa luta, respeitando a independência dos governos”.
Petro também defendeu alterações profundas nas leis antidrogas, propondo a legalização de substâncias que classifica como “pouco perigosas”.
“O mundo deve fazer o esforço de tornar lícitas as substâncias pouco perigosas e concentrar o esforço nas mais perigosas. O mundo deve descriminalizar grupos sociais vulneráveis como camponeses, indígenas e juventudes e etnias excluídas. Só assim se tira a base social do narcotráfico”, disse Petro.
Além disso, o presidente colombiano afirmou ter recebido “apoio contundente” de Maduro e do ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, para combater grupos narcotraficantes na fronteira entre os dois países. Ele defendeu que esse trabalho conjunto “deve continuar” e reiterou que a saída para a crise política na Venezuela passa por “um diálogo aberto entre todas as suas forças para eleições livres”.
Nos Estados Unidos, a medida contra Maduro recebeu apoio de congressistas republicanos como Mario Díaz-Balart e María Elvira Salazar, que o chamaram de “narcoditador” e “ameaça à segurança nacional”. O secretário de Estado, Marco Rubio, disse que o venezuelano lidera o “Cartel de los Soles”, organização narcoterrorista que, segundo ele, controla o país.
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