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os países que financiam a guerra na Ucrânia
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os países que financiam a guerra na Ucrânia 

O governo dos EUA afirmou nesta quarta-feira (6) que houve “grande progresso” nas negociações com o regime da Rússia para tentar encerrar a guerra na Ucrânia, mas reiterou que as tarifas secundárias contra países que mantêm comércio energético com o Kremlin, bem como contra a própria Rússia, continuam no radar, caso não haja acordo de cessar-fogo definitivo até esta sexta-feira (8), prazo dado pelo presidente Donald Trump para que a ditadura russa encerrasse o conflito que vem devastando o território ucraniano.

Segundo fontes da Casa Branca ouvidas pela agência Reuters, a expectativa é de que as as chamadas tarifas secundárias atinjam diretamente as principais economias que seguem comprando petróleo, diesel e derivados do regime de Vladimir Putin, sustentando indiretamente a máquina de guerra russa. Entre os alvos mais expostos podem estar os principais membros dos Brics: China, Índia e Brasil. Turquia, Vietnã, Belarus, Hungria, Eslováquia, Azerbaijão, Malásia e outros parceiros na Ásia Central também podem ser afetados.

Em 2024, segundo informações do banco de dados comercial das Nações Unidas, veiculadas pela revista Time, a China foi o maior importador de petróleo russo, com cerca de US$ 62,5 bilhões em compras. Ao todo, os chineses importaram mais de US$ 128 bilhões de produtos russos. Em segundo lugar vem a Índia, que adquiriu US$ 52,7 bilhões apenas em petróleo e derivados russos.

Por sua vez, a Turquia importou US$ 44 bilhões em produtos russos. O Brasil registrou cerca de US$ 11,6 bilhões em importações da Rússia, com destaque para o setor energético: de acordo com o think tank Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA), 39,1% de todo o diesel adquirido pelo país no primeiro semestre deste ano teve origem russa. O Brasil é atualmente o segundo maior comprador de diesel russo.

Além dos países citados acima, o Vietnã também realizou recentemente sua primeira grande compra de nafta russa em junho, consolidando-se como novo cliente russo que pode entrar no radar de tarifas secundárias de Washington. Hungria, Eslováquia, Azerbaijão, Malásia, Cazaquistão e Belarus também figuram entre os principais compradores russos, em diferentes volumes.

Atualmente, China e Brasil já são alvo de tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos e podem enfrentar aumentos adicionais nessas taxas caso novas sanções comerciais sejam implementadas.

Nesta quarta-feira, o presidente Donald Trump deixou claro que não está blefando sobre ampliar tarifas contra países que, mesmo indiretamente, sustentam o poder bélico russo. Após dias de alertas, sua administração anunciou um acréscimo de 25% nas tarifas sobre produtos da Índia, elevando a taxa total aos indianos para 50%, já que Nova Déli já enfrentava um imposto de 25%. A medida foi adotada após a Índia se recusar a interromper as compras de petróleo russo.

Durante coletiva na Casa Branca nesta quarta, Trump aumentou a pressão sobre todos os demais grandes compradores de energia russa, alertando que tanto tarifas quanto sanções podem ser impostas a qualquer nação que mantenha importações significativas de petróleo ou derivados de Moscou.

“Todos concordam que essa guerra precisa chegar ao fim, e vamos trabalhar para isso nos próximos dias e semanas”, declarou o presidente, destacando que as negociações “estão indo bem”, mas sem apresentar detalhes concretos sobre avanços nas conversas de paz. A estratégia da Casa Branca neste momento é sufocar as principais fontes de receitas do Kremlin para forçar Putin a concordar com uma solução rápida para o conflito na Ucrânia

A dependência do Brasil de insumos russos, como diesel e fertilizantes, coloca o país em posição de vulnerabilidade diante de possíveis tarifas recordes sobre exportações para os EUA. O Brasil já enfrenta neste momento a tarifa de 50% contra produtos como café, têxteis, açúcar, calçados e carne bovina – se Trump aplicar mais taxas devido à compra de insumos russos, a situação do país pode ficar ainda mais sensível no comercio internacional. Segundo especialistas, substituir rapidamente os fornecedores russos seria tarefa complexa para o Brasil e com alto impacto sobre custos internos, especialmente para o agronegócio e o transporte.

Enquanto as negociações seguem, Washington ainda mantém o plano de tarifas pronto para ser acionado, caso não haja acordo de cessar-fogo até esta sexta-feira. Os países considerados “financiadores indiretos” do esforço de guerra russo podem enfrentar barreiras ainda maiores no comércio com os Estados Unidos – e o Brasil, ao lado de China, Índia e outros, está no centro desse novo capítulo.

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