A vitória legislativa do presidente Javier Milei nas eleições de meio de mandato na Argentina foi sustentada por uma combinação inédita: o colapso do voto peronista nas periferias e a forte mobilização da classe média, que reagiu ao temor de uma retomada da esquerda no país.
O movimento, descrito em reportagem publicada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira (27) como uma “mudança histórica”, desfez oito décadas de domínio peronista nos subúrbios de Buenos Aires e consolidou a posição do governo libertário no Congresso argentino.
Por décadas, de acordo com o WSJ, os bairros mais pobres da capital argentina formaram o coração do peronismo. Desta vez, porém, “os pobres argentinos […] ficaram em casa, em uma dura reprimenda ao movimento peronista que dominou a política por 80 anos”, revelou o jornal americano. A abstenção elevada entre esses eleitores tradicionais da esquerda argentina, somada ao engajamento da classe média urbana, garantiu ao partido A Liberdade Avança, de Milei, 41% dos votos, contra 32% da oposição kirchnerista e peronista.
Eleitores da classe média estão cada vez mais apoiando as políticas de austeridade do governo. O Wall Street Journal relatou que este eleitor está vendo em Milei e seu governo a chance de romper de vez o ciclo de crise e inflação que marcou as gestões kirchneristas.
Ao todo, o Liberdade Avança conquistou 92 cadeiras na Câmara dos Deputados e 19 no Senado, movimento que amplia o poder de Milei para avançar com suas reformas econômicas e reduzir a capacidade de bloqueio da oposição peronista e kirchnerista.
Fique conectado