No programa Última Análise desta quinta-feira (24), os convidados avaliaram a postura do presidente Lula em viagem à Indonésia, às vésperas de um provável encontro com Donald Trump na Malásia. O petista decidiu se arriscar e subir o tom contra o republicano e, em vez de propor uma negociação, achou melhor provocar. Críticas ao unilaterialismo, defesa do “Sul Global” e até uma nova moeda internacional voltaram à retórica petista, acirrando a tensão com os EUA.
Para o escritor Francisco Escorsim, tal discurso é uma velha tática da esquerda. “Esse discurso tem a ver com não ficar dependente dos Estados Unidos. Mas, no fundo, se fosse uma dependência de outro país, o discurso seria outro. É importante ter uma moeda forte internacional, desde que seja da China ou da Rússia”, ele avalia.
Ainda, Lula anunciou, nesta quinta-feira, que está preparado para disputar outras outras eleições e que concorrerá a um quarto mandato no próximo pleito presidencial. “Será que ele aguenta ficar mais quatro anos no poder? Pra tirar essa dúvida, ele vai tentar usar de qualquer sanção do Trump para se elevar. Vai jogar o Brasil pra escanteio e ficar como o ‘camisa 10′”, disse o vereador Guilherme Kilter.
Reforma de STF em pauta
Tramitam no Congresso Nacional algumas propostas de reformas estruturais que poderão impactar no STF. Dentre elas, discute-se a questão de substituir os cargos vitalícios, atualmente vigentes, por mandatos limitados, entre 8 a 15 anos. Ainda, a Câmara dos Deputados aprovou a PL 3640/23, que que regulamenta o processo constitucional e, dentre as mudanças, limita o uso das decisões monocráticas.
O professor da FGV Daniel Vargas criticou a vitaliciedade do cargo para ministro do STF. “Se você indica um grande ministro, ele poder dar uma bela contribuição. Mas se você indica um mau ministro com amplitude de poderes, com a capacidade de tomar decisões monocráticas praticamente infinitas, todos nós coletivamente pagamos uma conta elevadíssima”, ele afirma.
O perfil de Jorge Messias
Cada vez mais cotado para suceder a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, já expressou posições políticas controversas. Em sua tese de doutorado, Messias escreveu que as atividades agropecuárias operam em uma “lógica colonial” com aceleração do desmatamento e uso de agrotóxico. “Eu vim aqui dizer para vocês uma coisa muito importante: mexeu com vocês, mexeu com a gente agora”, declarou também em evento organizado pelo MST.
“A produção agrícola é responsável por uma bela parcela do PIB que garante a estabilidade da nossa balança comercial. Acho que seria valioso que esta tese do Messias fosse discutida por congressistas em uma sabatina, para podermos ouvir o que realmente ele pensa”, ressalta Vargas.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.
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