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o que os números da Heineken indicam para o 3T da gigante de bebidas?
Economia

o que os números da Heineken indicam para o 3T da gigante de bebidas? 

A Heineken divulgou seus resultados do 3º trimestre de 2025 nesta manhã. A receita orgânica caiu 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo uma queda de 2,3% nos volumes, com fraqueza tanto no segmento premium quanto no mainstream.

Os volumes de cerveja da Heineken no Brasil caíram na faixa de dois dígitos médios, e o BBI vê risco de baixa em sua estimativa atual de volume de cerveja da Ambev no Brasil, projetada em queda de 7% na comparação anual.

Na avaliação do Bradesco BBI, o desempenho mais fraco dos volumes da Heineken no Brasil pode ser parcialmente explicado por um descompasso temporário entre sell-in (venda de produtos do fabricante ou fornecedor para o varejista) e sell-out (comercialização direta para o consumidor final), já que houve formação de estoques pelos varejistas antes do aumento de preços em julho. Durante a teleconferência de resultados, a administração destacou que os níveis de estoque já haviam se normalizado no fim de setembro, o que deve indicar um equilíbrio maior entre sell-in e sell-out nos próximos meses.

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Ainda assim, o BBI avalia que os resultados reforçam a fraqueza do ambiente de consumo no Brasil. As temperaturas abaixo da média afetaram a demanda, mas também parece haver uma desaceleração estrutural na indústria de cerveja após anos de forte desempenho. Dados da indústria mostraram queda de 15% na produção em julho e 12% em agosto na base anual, enquanto os contatos de canal do banco também indicaram fraqueza em setembro.

Por outro lado, a administração da Heineken destacou um ambiente competitivo “bastante saudável”, com maior racionalidade de preços ao longo do ano e foco mais amplo no desenvolvimento da categoria como um todo. Mas também houve cautela sobre o espaço para novos aumentos de preço, enfatizando que volumes continuam prioridade.

O BBI alerta, porém, que uma deterioração mais estrutural do consumo pode seguir resultando em volumes fracos, o que colocaria essa racionalidade de preços em risco.

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Para a Ambev, o BBI acredita que, mesmo com uma provável recuperação sequencial de market share (participação de mercado), a queda de um dígito alto na indústria, somada a bases de comparação difíceis — já que o aumento de preços da companhia no ano passado ocorreu no fim do 3T24, levando varejistas a antecipar compras —, pode fazer os volumes ficarem abaixo da projeção atual do BBI em 7%.

O BBI manteve recomendação neutra e visão cautelosa sobre Ambev, destacando que as ações são negociadas a 13 vezes o lucro estimado para 2026, o que representa um desconto de 12% em relação à AB InBev (ABI) e um prêmio de 7% sobre as demais cervejarias globais.

Ao incluir os números do terceiro trimestre da Heineken e os números reportados pelo Grupo Petrópolis no trimestre até a data em seu modelo, o Goldman Sachs prevê que os volumes de cerveja da Ambev podem ter caído em uma faixa de 2% a 8% ano a ano no trimestre.

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Na opinião do banco americano, os comentários da Heineken não apenas confirmam os desafios de curto prazo que o mercado brasileiro de cerveja está enfrentando, agora amplificados pelos incidentes contínuos relacionados a envenenamentos por metanol em certas bebidas destiladas, mas também sugerem um foco estratégico em crescimento de volume e participação de mercado daqui para frente.

Com um cenário tão difícil, o Goldman Sachs reiterou classificação de venda para as ações da Ambev, embora reconheça que, no curto prazo, o consenso parece já ter precificado a maioria dos riscos negativos antes da divulgação de seus resultados do terceiro trimestre, agendada para 30 de outubro. O preço-alvo é de R$ 10,10.

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