As ações da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (CBAV3) registram forte desvalorização nesta quinta-feira (7), após a divulgação de resultados decepcionantes. Às 12h28 (horário de Brasília), as ações da companhia recuavam 17,3%, cotadas a R$ 3,73, a maior baixa entre as empresas que divulgaram seus balanços desde a véspera.
A CBA reportou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 189 milhões no 2T25, resultado 56% inferior ao trimestre anterior e 44% menor na comparação anual. O número ficou bem abaixo da estimativa de R$ 298 milhões, que já era inferior ao consenso de mercado.
Segundo o banco, a diferença significativa em relação às expectativas se deve, principalmente, a paradas inesperadas para manutenção que afetaram diversos tanques da refinaria de alumina. Isso exigiu reformas em algumas fundições de alumínio fundido e levou a empresa a recorrer à compra de alumina no mercado, que permanece em patamares elevados, em torno de US$ 450 por tonelada (t), pressionando os custos de matéria-prima.

O Bradesco BBI observa que, como a produção de alumina ainda está em fase de maturação, com estabilização do processo prevista apenas para o quarto trimestre de 2025 (4T25), a produtividade deve continuar pressionada ao longo do segundo semestre. Isso representa um risco de queda para as estimativas de EBITDA e geração de caixa em 2025.
Ainda de acordo com o BBI, embora volumes e preços tenham ficado em linha com as projeções, o desempenho foi impactado principalmente pelos custos. No segmento de energia, o EBITDA ficou negativo em R$ 18 milhões, melhor do que a perda de R$ 76 milhões no 1T25, mas abaixo dos ganhos de R$ 46 milhões registrados no 2T24, resultado que veio em linha com o esperado.
O relatório também destaca que a CBA queimou R$ 227 milhões de caixa no trimestre, o que levou a alavancagem a subir para 2,3 vezes Dívida Líquida/Ebitda, ante 2,2 vezes no trimestre anterior.
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Apesar de manter a recomendação de compra para as ações da CBA e preço-alvo de R$ 10, o BBI ressalta que os contratempos operacionais enfrentados no 2T25 representam riscos negativos para as projeções do ano.
O Itaú BBA destacou que a diferença em relação à sua estimativa para a CBA foi causada principalmente pelo desempenho dos custos, que ficou abaixo do esperado devido a paradas para manutenção na refinaria de alumina. Esse cenário resultou em um recorde histórico nos custos de produção de alumínio líquido e levou a um fluxo de caixa livre negativo, impulsionado por maiores investimentos em manutenção e por um aumento das necessidades de capital de giro.
Para o futuro, o Itaú BBA acredita que o repasse dos custos de produção mais elevados para a demonstração de resultados da empresa continuará a pressionar os resultados do segmento de alumínio no segundo semestre de 2025 (2S25).
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O Itaú BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7.
A XP Investimentos também classificou os resultados como fracos, refletindo principalmente preços realizados abaixo do esperado e os desafios na produção de alumina que impactaram os custos no 2T25.
Dito isso, embora os preços do alumínio acima de US$ 2.550 por tonelada atualmente (versus a média de US$ 2.450/t no 2T25E) possam indicar um desempenho melhor de preços no 3T25, a XP espera que o FCL continue subótimo (e fraco) ao longo do segundo semestre de 2025, devido ao maior desembolso de capex esperado no 3T-4T25E e à recuperação gradual dos custos nos próximos trimestres.
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Por fim, embora a alavancagem continue sendo uma restrição ao FCL, a XP vê com bons olhos as melhorias da CBA em seu perfil de dívida.
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