Karol Nawrocki assumiu nesta quarta-feira (6), oficialmente, a presidência da Polônia em uma cerimônia no Parlamento, marcando o início de um novo ciclo político no país, que será caracterizado pelas divergências entre o novo mandatário, de ideologia conservadora, e o governo liberal liderado pelo primeiro-ministro Donald Tusk.
A chegada de Nawrocki ao palácio presidencial representa uma guinada nacionalista na política polonesa, com expectativas de novos atritos tanto no cenário interno quanto com as instituições europeias.
Em seu discurso de posse, Nawrocki deixou claras as principais diretrizes de seu mandato: “não à imigração ilegal, não ao euro, não a uma Polônia A e uma Polônia B”.
O novo presidente também confirmou seu perfil mais focado na política interna do país ao afirmar que será “a voz daqueles que desejam uma Polônia soberana, que esteja na União Europeia (UE), mas uma Polônia que não seja a UE, e sim Polônia, e que continue sendo Polônia”, insistindo que seu país “não pode ser uma economia submissa aos nossos vizinhos ocidentais”.
Assim como seu antecessor, o também conservador Andrzej Duda, que exerceu seu direito de vetar leis do governo até esta terça-feira (5), Karol Nawrocki prometeu fiscalizar as iniciativas liberais do governo de Tusk, a quem se dirigiu do púlpito para adverti-lo de que “espera ser pontualmente informado” sobre todos os seus planos.
Além disso, o recém-empossado presidente adiantou que continuará intervindo no poder judiciário para “devolver a Polônia ao caminho do Estado de direito” e que se recusará a nomear juízes “que prejudiquem a ordem constitucional”, e também anunciou que agirá contra “o procurador-geral, eleito ilegalmente”, em referência ao atual ministro da Justiça, nomeado por Tusk, que também é procurador-geral.
Nawrocki, que é historiador e professor, anunciou sua intenção de “devolver a normalidade” às escolas públicas polonesas, promovendo “leituras polonesas, história polonesa” e “freando” a difusão da “ideologia” LGBT.
Para impulsionar sua política, Nawrocki anunciou a criação de um conselho para a Reparação do Sistema Estatal, composto por um gabinete de colaboradores cuja composição será anunciada em breve e que, segundo ele, gostaria “que incluísse políticos e acadêmicos de todos os círculos ideológicos”.
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