O Morgan Stanley reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para XP (BDR: XPBR31), com preço-alvo de US$ 26, o que representa um potencial de alta de aproximadamente 50%. Segundo o banco, a companhia está bem posicionada tanto estruturalmente quanto ciclicamente para capturar ganhos de longo prazo em um cenário de queda de juros.
O banco explica que a XP é o nome mais sensível a juros no setor financeiro brasileiro, e o ciclo de flexibilização provavelmente começará nos próximos meses.
Estruturalmente, a XP continua a aprofundar o engajamento do cliente e a ampliar sua plataforma, reforçando sua trajetória de crescimento de longo prazo.”Essa combinação de força estrutural e alavancagem cíclica posiciona a XP de forma única para apresentar desempenho superior”, comenta.
LISTA GRATUITA
10 small caps para investir
A lista de ações de setores promissores da Bolsa
Valuation atrativo
A avaliação continua atraente, apesar do forte desempenho acumulado no ano. A XP subiu 47% no ano, contra alta de 31% do MSCI Brasil, mas ainda oferece um potencial de valorização significativo.
As ações são negociadas a 10,0 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) para 2025 e 8,9 vezes o P/L para 2026 — atraente em relação ao crescimento, com um PEG de apenas 0,6.
O Morgan acredita que a XP ainda não precificou um ciclo de flexibilização das taxas de juros. Com base em correlações históricas, a XP pode ser negociada a 14 a 15 vezes o P/L futuro se as taxas caírem para 12% em 2026, implicando uma expansão significativa dos múltiplos.
Continua depois da publicidade
Estimativas
Para o Morgan, as estimativas do lado da venda para 2027 parecem inconsistentes com os cortes esperados nas taxas. O consenso prevê uma flexibilização de 500 pontos-base até 2027 (de 15% para 10%), mas nenhuma mudança na taxa de aceitação da XP, apesar da provável migração de ativos para ações com a queda das taxas de juros.
O consenso prevê uma taxa de aceitação de 90 pontos-base em 2027, estável em relação ao primeiro semestre de 2025, enquanto o banco projeta 97 pontos-base. Como resultado, a estimativa de lucro líquido para 2027 está 8% acima do consenso.
5 pilares estratégicos
Após conversa com o CFO da XP, Victor Mansur, o Morgan destacou cinco pilares estratégicos:
Continua depois da publicidade
- Foco em rentabilidade: A XP está priorizando margens em vez de volume no varejo de baixa renda, reduzindo exposição a clientes com menos de R$ 300 mil e apostando em automação e IA para tornar o segmento lucrativo e escalável no futuro.
- Manutenção da base: O público com mais de R$ 300 mil segue como motor de lucros, impulsionado pela consolidação de ativos na plataforma e maior eficiência dos consultores. O Morgan sugere que investidores foquem na expansão de margens e ganhos de participação, não na fraqueza momentânea dos fluxos líquidos.
- Private Banking em ascensão: Ainda em estágio inicial, o segmento tem alto potencial e deve atingir o ponto de equilíbrio até 2026-27, apoiado na integração com as áreas de corretagem e banco de investimento.
- Rede IFA (rede de assessores de investimentos autônomos) mais eficiente: Após investimentos pesados entre 2020 e 2023, a produtividade cresce e as margens devem convergir para a média da companhia até 2028, sustentando margens de longo prazo entre 35% e 40%.
- Tecnologia como diferencial competitivo: A digitalização e o uso de IA têm elevado a produtividade em 15% ao ano e ampliado a oferta de produtos (ETFs, crédito estruturado, fundos cripto), reforçando a vantagem de custo e a expansão sustentável de margens.
Fique conectado