O secretário das Finanças da Argentina, Pablo Quirno, membro-chave da equipe econômica do governo, foi nomeado nesta quinta-feira (23) como o novo ministro das Relações Exteriores pelo presidente Javier Milei, após a renúncia de Gerardo Werthein, que deixará o cargo na próxima segunda-feira (27).
Quirno é formado em Economia pela Universidade da Pensilvânia e teve uma extensa carreira no setor financeiro, onde atuou como diretor para a América Latina do banco de investimentos JP Morgan, em Nova York.
Até agora, ele era o braço direito do ministro da Economia argentino, Luis Caputo, que também trabalhou no JP Morgan, e junto dele assumiu a liderança das finanças do país sul-americano desde o início do governo Milei, em dezembro de 2023.
Caputo, Quirno e o presidente do Banco Central da Argentina, Santiago Bausili, foram os responsáveis pelo recente acordo de apoio financeiro com os Estados Unidos, assinado pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Quirno será o terceiro chanceler de Milei em menos de dois anos de mandato. Em outubro de 2024, Milei demitiu a então ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, que estava no cargo desde a posse do libertário, em dezembro de 2023.
A demissão ocorreu pouco depois de a Argentina ter votado na Assembleia Geral da ONU a favor de uma resolução, não vinculativa, contra as sanções que os Estados Unidos aplicam a Cuba há 63 anos.
Ela foi substituída por Werthein, que, segundo informações da imprensa argentina, caiu em desgraça aos olhos de apoiadores de Milei depois que, em encontro do presidente com o mandatário americano, Donald Trump, na semana passada na Casa Branca, o republicano sugeriu que cortaria a ajuda à Argentina se o seu aliado perdesse as eleições legislativas do próximo dia 26.
Trump deu a entender que falava de uma tentativa de reeleição de Milei, mas a corrida pela Casa Rosada ocorrerá apenas em 2027. Corrigindo a gafe, o presidente americano declarou horas mais tarde na rede Truth Social seu apoio ao libertário argentino nas eleições legislativas de meio de mandato.
Apoiadores de Milei consideraram que Werthein teria falhado ao não prestar informações mais claras ao governo americano sobre as eleições argentinas.
O pleito legislativo ocorrerá no pior momento político de Milei desde sua posse. Escândalos envolvendo sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, e seu aliado José Luis Espert desgastaram a imagem do presidente, que também vem sofrendo derrotas em votações no Congresso argentino.
Além disso, seu partido, A Liberdade Avança (LLA, na sigla em espanhol), perdeu em setembro as eleições legislativas para a província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina.
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