Notícias em alta
Categorias
Fique conectado
Notícias em alta
Ao utilizar nosso site, você concorda com o uso de nossos cookies.

Notícias

Medidas antidumping podem redefinir o setor siderúrgico – e favorecer Usiminas
Economia

Medidas antidumping podem redefinir o setor siderúrgico – e favorecer Usiminas 

As importações continuam sendo um grande obstáculo para as siderúrgicas brasileiras, levando a lucratividade do setor a mínimas em vários anos. O impacto aparece também nas cotações, com as ações de Usiminas (USIM5, -9%), CSN (CSNA3, -2%) e Gerdau (GGBR4, -1%) acumulando queda no ano, enquanto o Ibovespa avança cerca de 20% no mesmo período.

Após os esforços protecionistas iniciais com tarifas e cotas se mostrarem ineficazes, a recente decisão de renovar as medidas antidumping sobre chapas grossas sugere que considerações técnicas estão prevalecendo, aumentando a probabilidade de novas medidas sobre produtos siderúrgicos mais relevantes, na avaliação do BBI.

Medidas antidumping são tarifas impostas sobre produtos importados que estão sendo vendidos a preços artificialmente baixos (dumping) para proteger a indústria nacional.

LISTA GRATUITA

10 small caps para investir

A lista de ações de setores promissores da Bolsa

Para o Morgan Stanley, potenciais medidas antidumping em análise pelas autoridades brasileiras podem mudar a dinâmica do setor e gerar valorização relevante para as ações, caso as medidas sejam implementadas de forma eficaz.

Segundo o Morgan Stanley, a Usiminas seria a principal beneficiada, já que cerca de 75% do seu portfólio está exposto aos produtos sob investigação. A CSN aparece em seguida, com 60% de exposição, embora seu negócio de minério de ferro atenue o impacto. Já a Gerdau deve ser a menos favorecida, com apenas 7%.

O Bradesco BBI também comenta que a Usiminas se destacaria como a principal beneficiária de uma eventual mudança nas regras antidumping.

Continua depois da publicidade

Importações elevadas continuam pressionando o setor

A equipe do Morgan Stanley avalia que a falta de medidas protetivas eficazes tornou o Brasil um alvo fácil para exportadores globais de aço. No acumulado até setembro, as importações totais atingiram 5,1 milhões de toneladas, alta de 9% na comparação anual (após alta de 18% em 2024), representando 28% do consumo aparente do país.

As importações da China somaram 3,1 milhões de toneladas, aumento de 25% na comparação anual, representando 61% do total importado, acima dos 56% de 2024.

Medidas antidumping podem aliviar o setor

Nos últimos 20 meses, o Brasil abriu 15 investigações, cobrindo cerca de 57% das importações totais de aço e 14% da demanda doméstica. As decisões mais relevantes devem ocorrer em:

  • 18 de novembro de 2025 – produtos laminados a frio (CRC), cerca de 7% das importações, com exposição de 23% da Usiminas e 9% da CSN;
  • 12 de janeiro de 2026 – laminados revestidos (HDG), cerca de 19% das importações, com exposição de 21% da Usiminas e 17% da CSN;
  • 19 de março de 2026 – aço pré-pintado (4,5% das importações), com 4% de exposição da CSN;
  • 3 de dezembro de 2026 – produtos laminados a quente (HRC), cerca de 11% das importações, com 31% de exposição da Usiminas e CSN, e 7% da Gerdau.

Na avaliação do Morgan Stanley, as tarifas antidumping precisarão ser suficientemente altas para gerar impacto positivo.

Com base nos preços de referência atuais, o Morgan Stanley estima necessidade de US$ 83 por tonelada (HRC), US$ 141 a tonelada (CRC) e US$ 102 por tonelada (HDG) em tarifas para igualar os preços domésticos aos importados.

O Morgan Stanley lembra ainda que, no passado, importadores conseguiram driblar as medidas antidumping alterando levemente os produtos para que se enquadrassem em categorias não afetadas.

Continua depois da publicidade

Morgan mantém recomendação neutra para Usiminas

O Morgan Stanley mantém recomendação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para Usiminas e underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para CSN, pois continua vendo importações elevadas e dinâmica setorial desafiadora limitando a rentabilidade das operações de aço de ambas as companhias.

“Ainda assim, medidas antidumping efetivas poderiam elevar os preços domésticos do aço e impulsionar volumes locais, melhorando os resultados financeiros”, diz relatório.

O Morgan destaca que o potencial de valorização da Usiminas é significativamente assimétrico para o lado positivo, com alta de 21% no cenário base e 182% no cenário otimista (bull case).

Postagens relacionadas