Duas sessões após reações extremas do mercado por conta das mudanças no tarifaço de Donald Trump, o mercado recalcula a rota olhando com mais calma e vendo de forma mais detalhada as medidas e os efeitos para os mais diversos setores da Bolsa.
As ações da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3), por exemplo, registraram uma sessão de recuperação e subiram nesta sexta-feira (1), ainda que fechando longe das máximas. Isso após terem despencado na véspera (31) com a visão de que o setor frigorífico seria um dos mais afetados com as tarifas de Donald Trump, uma vez que não fazem parte da lista de exceções às tarifas adicionais de 40%. Porém, com os esclarecimentos de que as operações não seriam tão impactadas, as ações passaram a ter uma reação positiva.
BRFS3 avançou 1,35%, a R$ 20,32, enquanto MRFG3 teve ganhos de 0,56%, a R$ 21,42. Na véspera, Marfrig havia caído 10,20%, enquanto BRFS3 teve queda de 5,65%.
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Em nota nesta sexta, a Marfrig disse que as operações da companhia no Brasil continuam normalmente, sem interrupções nas linhas de produção e em plena capacidade.
A companhia também destacou a ausência de “impactos na receita e na rentabilidade decorrentes dos efeitos da nova política tarifária dos Estados Unidos”.
Em comunicado ao mercado, a Marfrig esclareceu que “acessa o mercado dos Estados Unidos por meio de suas operações no Uruguai e Argentina e que as exportações para o país totalizaram 27 mil toneladas em 2025”.
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O Goldman Sachs, embora reconheça que as tarifas possam trazer riscos macroeconômicos mais amplos, havia destacado na véspera não prever grandes implicações de curto prazo para sua cobertura para o setor frigorífico – em parte porque o Brasil tem intensificado consistentemente seu comércio de commodities com a China.
Por outro lado, as ações da Embraer (EMBR3) registraram queda, de 2%, a R$ 79,05, com investidores embolsando lucros. Os ativos tiveram duas sessões de disparada, com ganhos respectivos de 10,93% e 5,78% na quarta e na quinta, uma vez que seus produtos constam na lista de exceções do governo americano, passando a ter tarifas de 10% e não de 50%.
Conforme destaca a Genial Investimentos, a medida reduz consideravelmente o risco direto para a Embraer, que até então era vista como uma das empresas mais impactadas, dada sua forte exposição ao mercado americano (responsável por cerca de 30% das receitas).
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“A isenção é uma notícia altamente positiva para a Embraer, que tinha potencial de sofrer um impacto de até 5–6 pontos percentuais na margem EBIT (lucro antes de juros e impostos/receita) caso as tarifas fossem integralmente aplicadas”, avalia a casa.
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