Notícias em alta
Categorias
Fique conectado
Notícias em alta
Ao utilizar nosso site, você concorda com o uso de nossos cookies.

Notícias

Maioria vê motivação política em tarifaço de Trump, mas retaliação divide brasileiros
Economia

Maioria vê motivação política em tarifaço de Trump, mas retaliação divide brasileiros 

Uma pesquisa divulgada nesta terça (12) pelo instituto Ipsos-Ipec revela que a maioria dos entrevistados vê uma motivação política no tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, aos produtos importados do Brasil. Já a resposta que o país deve dar como retaliação divide as opiniões.

De acordo com o levantamento, 75% veem uma “questão política” para a taxação, 12% uma “questão comercial” e 5% ambas. Quando Trump anunciou o tarifaço através de uma carta, no mês passado, justificou a medida tanto por algumas questões comerciais como, principalmente, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Por outro lado, 8% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder.

VEJA TAMBÉM:

  • Lula conversa com Xi Jinping sobre tarifaço dos EUA

A constatação de que o tarifaço de Trump ao Brasil tem motivação política é unânime tanto para os eleitores de Bolsonaro como entre os de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o Ipsos-Ipec, com 73% e 79% das opiniões, respectivamente. Essa visão se intensifica entre os entrevistados na faixa dos 45 aos 59 anos (80%), e entre os que moram no Nordeste (77%). Nas demais regiões, a percepção é um pouco menor, alcançando 71% no Norte/Centro-Oeste e 72% no Sul.

Quando analisada a renda dos brasileiros, a percepção de uma motivação política à taxação é maior entre os brasileiros que ganham até 1 salário mínio, com 77% dos entrevistados, o mesmo para os de renda um pouco mais alta de 2 a 5 salários mínimos. Nos demais extratos, 76% dos que ganham de 1 a 2 salários e 70% para os de renda acima de 5 salários.

O Ipsos-Ipec ouviu 2 mil pessoas entre os dias 1ºe 5 de agosto em 132 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Retaliação aos EUA

Se, por um lado, a maioria dos entrevistados vê uma motivação política para o tarifaço, por outro a resposta brasileira aos Estados Unidos divide opiniões. A retaliação na mesma moeda, ou seja, com tarifas semelhantes, é vista como opção por 33% dos ouvidos pelo Ipsos-Ipec, enquanto que 16% concordam em parte com essa medida.

Já outros 30% discordam totalmente em responder com uma retaliação semelhante, e 13% discordam em parte. Entre os que não souberam ou preferiram não responder são de 7%.

O instituto apontou que os eleitores de Lula são os mais favoráveis a uma resposta à altura da medida de Trump (61%), moradores do Norte/Centro-Oeste (58%), entre 16 e 24 anos (55%) e com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (50%). Os contrários à retaliação na mesma moeda são maioria entre os eleitores de Bolsonaro (56%), moradores da região Sul (52%), quem vive nas periferias (52%) e evangélicos (50%).

Imagem dos EUA e novos parceiros

O tarifaço de Trump ao Brasil levou a um certo desgaste da imagem dos Estados Unidos pelos brasileiros, mas a sensação de que permanece igual ao que era ainda é maior. Segundo o Ipec-Ipsos, 38% mudaram para pior, 6% para melhor e 51% que segue igual. Outros 5% não souberam ou preferiram não responder.

Por outro lado, a maioria dos entrevistados (68%) acreditam que o Brasil deve priorizar acordos com outros parceiros comerciais, como a China e a União Europeia, enquanto que 25% são favoráveis que se mantenha uma relação próxima com os Estados Unidos. Outros 8% não souberam ou preferiram não responder.

A taxação imposta ao Brasil e a condução dessa crise é vista como um sinal de isolamento para uma parte considerável dos entrevistados (60%), enquanto que 32% discordam. Outros 8% também não souberam ou preferiram não responder.

Postagens relacionadas