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Magalu vê lucro ajustado quase zerar no 2T25, mas Ebitda cresce e receita avança
Economia

Magalu vê lucro ajustado quase zerar no 2T25, mas Ebitda cresce e receita avança 

O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou ao mercado nesta quinta-feira (7) lucro líquido ajustado de R$ 1,8 milhão no segundo trimestre deste ano (2T25), valor bem inferior aos R$ 37,4 milhões registrados no mesmo período de 2024 (2T24), uma queda de 95,3%.

Sem ajustes, houve um prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 23,6 milhões registrado um ano antes.

O lucro líquido ajustado considera exclusões de itens não recorrentes, como provisões para perdas, despesas com reestruturação e honorários de consultoria. Segundo balanço financeiro, neste trimestre, os ajustes somaram R$ 26,1 milhões, dos quais R$ 26,5 milhões foram relativos à provisão adicional para cobrir a carteira renegociada de crédito direto ao consumidor (CDC), conforme acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a International Finance Corporation (IFC).

O principal fator que pressionou o resultado do lucro líquido, segundo a diretora de relações com investidores, Vanessa Rossini, foi o aumento da taxa básica de juros, a Selic. “A companhia conseguiu mitigar boa parte do impacto da Selic, por meio da geração de caixa, do foco em rentabilidade e da diversificação do ecossistema. Ainda assim, o aumento dos juros foi muito expressivo e acabou afetando o resultado final”, explica a executiva.

A expectativa é que, com a estabilização da taxa de juros e possíveis cortes futuros, esse efeito negativo sobre o resultado financeiro possa ser amenizado. Enquanto isso, diz Rossini, a estratégia do Magalu seguirá concentrada em eficiência operacional, gestão de capital de giro e expansão das frentes mais rentáveis do ecossistema.

Ebitda, receita líquida e geração de caixa

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 726,7 milhões no 2T25, alta de 2,3% frente aos R$ 710,7 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. A margem Ebitda ajustada ficou praticamente estável, passando de 7,9% para 8,0% na base anual.

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O Ebitda sem os ajustes totalizou R$ 687,1 milhões, com leve crescimento de 4,9% na comparação anual. A margem foi de 7,5%, 0,2 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em 2024.

A receita líquida subiu 1,4% no comparativo anual, alcançando R$ 9,134 bilhões no trimestre. A receita bruta também cresceu, passando de R$ 11,18 bilhões para R$ 11,36 bilhões, avanço de 1,7%.

Já o lucro bruto somou R$ 2,79 bilhões, ligeiramente acima dos R$ 2,78 bilhões registrados no 2T24. A margem bruta permaneceu estável, em 30,5%.

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Segundo Rossini, a liquidação de meio de ano foi considerada bem-sucedida, principalmente para a gestão de estoques, contribuindo para a geração de caixa e para a melhoria do capital de giro. A empresa fechou o trimestre com R$ 8 bilhões em caixa total.

O capital de giro líquido evoluiu de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,9 bilhão, puxado pela redução nos estoques e na linha de impostos a recuperar. Nos últimos 12 meses, o saldo de impostos a recuperar caiu quase R$ 600 milhões, com uma redução entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões apenas no 2T25, contribuindo diretamente para a conversão em caixa.

A geração de caixa operacional no trimestre foi de R$ 600 milhões, valor que, segundo a empresa, é suficiente para cobrir os investimentos (capex), que somaram cerca de R$ 200 milhões, além dos pagamentos de aluguéis. Com isso, o fluxo de caixa livre alcançou R$ 200 milhões no trimestre.

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No acumulado do ano, a geração de caixa já soma R$ 2,6 bilhões, com fluxo de caixa livre próximo de R$ 1 bilhão. A amortização de dívidas no período foi de cerca de R$ 700 milhões, além de aportes feitos na LuizaCred. A posição de caixa total permaneceu sólida, encerrando o trimestre em R$ 8 bilhões.

No acumulado do semestre deste ano, a receita líquida avançou 2,3%, totalizando R$ 18,52 bilhões. O Ebitda ajustado somou R$ 1,49 bilhão, alta de 6,2% em relação ao primeiro semestre de 2024. O lucro líquido ajustado foi de R$ 13 milhões no semestre, queda de 80,7% frente aos R$ 67,3 milhões do mesmo período do ano passado.

Vendas

As vendas totais, que incluem lojas físicas, comércio eletrônico tradicional (1P) e marketplace (3P), ficaram praticamente estáveis, em R$ 15,29 bilhões, com recuo de 0,6% em relação ao segundo trimestre de 2024. Na comparação semestral, as vendas somaram R$ 31,35 bilhões, retração de 0,2% frente ao primeiro semestre de 2024.

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O comércio eletrônico teve retração, segundo dados do balanço financeiro. O canal 1P caiu 0,8% no trimestre, enquanto o marketplace encolheu 3,6%. Com isso, o e-commerce total da companhia recuou 2,1%. A participação das vendas digitais nas vendas totais passou de 70,4% para 69,3%.

Nas lojas físicas, houve crescimento de 3,5% nas vendas mesmas lojas, conceito que considera estabelecimentos abertos há mais de 12 meses. A rede encerrou o trimestre com 1.245 unidades, uma a menos que no mesmo período do ano anterior. A área total de vendas diminuiu 1,1%, passando de 693,1 mil metros quadrados para 685,5 mil metros quadrados.

Segundo Rossini, o foco da companhia no 2T25 permaneceu na rentabilidade, com uma estratégia clara de priorizar categorias com maior margem de contribuição, geralmente associadas a tíquetes médios mais altos. Esse direcionamento se refletiu no desempenho do e-commerce, onde as categorias com valor acima de R$ 1 mil cresceram 5% no período, enquanto itens com menor margem ou margens negativas foram preteridos.

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“Não deixamos de vender essas categorias, mas deixamos de priorizá-las. A decisão foi estratégica: focamos onde há mais rentabilidade”, diz a executiva.

A empresa reforça que não depende exclusivamente de um único canal, como loja física, e-commerce ou marketplace, e que essa combinação traz flexibilidade para ajustar a estratégia conforme o comportamento do consumidor e as oportunidades de margem em cada frente.

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Nas lojas físicas, por exemplo, a companhia diz que viu espaço para ganhar participação de mercado mantendo margens elevadas, dado que esse canal já possui naturalmente maior presença de produtos de tíquete mais alto. No e-commerce, o foco nas categorias com melhor desempenho econômico também contribuiu para os resultados.

Já no marketplace, a empresa evitou entrar na chamada “guerra do frete grátis”, por considerar que isso prejudicaria as margens e não estaria alinhado com a prioridade da companhia no momento: rentabilidade sustentável.

“A combinação entre os canais será sempre parte da nossa estratégia. O objetivo é capturar, com rentabilidade, as oportunidades de cada frente, sem comprometer a saúde financeira do negócio”, afirma a executiva.

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