A ONG de defesa dos direitos humanos Provea denunciou que mães de presos políticos e ativistas da Venezuela foram atacados na terça-feira (5) em frente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em Caracas.
Segundo comunicado divulgado pela Provea, o ataque realizado por “grupos paramilitares” foi direcionado à vigília que familiares e ativistas do Comitê de Mães em Defesa da Verdade realizaram em frente ao TSJ para cobrar a revisão dos casos de presos políticos da ditadura de Nicolás Maduro.
“As mães foram atacadas com objetos contundentes e chutadas por membros de um ‘coletivo’ paramilitar”, relatou a ONG. “As barracas que elas montaram em frente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) foram destruídas, e muitos manifestantes foram vítimas de roubos e outras agressões.”
Embora a Provea não tenha identificado qual coletivo paramilitar realizou o ataque, há anos sabe-se que grupos desse tipo prestam apoio à ditadura chavista na Venezuela.
“Denunciamos que a falta de proteção da manifestação por parte dos organismos de segurança pode ter levado a este mais recente ataque ao protesto social”, afirmou a Provea.
“Com a falta de atenção demonstrada hoje pelas autoridades do Tribunal Supremo e a falta de proteção aos manifestantes pacíficos por parte das autoridades policiais, as autoridades estão revitimizando aqueles que há muito tempo denunciam abusos graves”, acrescentou.
O TSJ, dominado pelo chavismo, ratificou no ano passado os resultados fraudulentos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deram vitória a Maduro na eleição presidencial de julho.
A organização que realizou a vigília em frente ao TSJ pede a revisão dos casos dos detidos nas manifestações em repúdio à fraude eleitoral de 2024 e alega que nenhum dos alvos dessa repressão foi libertado desde março.
De acordo com o mais recente boletim de outra ONG venezuelana, a Foro Penal, hoje a Venezuela tem 807 presos políticos.
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