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Maduro usa Natal antecipado para mascarar caos na Venezuela
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Maduro usa Natal antecipado para mascarar caos na Venezuela 

Nesta semana, a ditadura de Nicolás Maduro deu início às festividades de Natal, dois meses antes da data tradicionalmente comemorada no restante do mundo. Apesar do falso clima festivo demonstrado pelos aliados do regime nas ruas, a Venezuela está cada vez mais afundada em uma repressão política, econômica e social, sem perspectiva de fim.

Enquanto centenas de chavistas compareceram a um ato governista na praça Bolívar, em Caracas, alguns com fantasias ou elementos alusivos ao Natal, a oposição política relembrou a situação catastrófica do país, citando os centenas de presos políticos e a violência crescente contra quem não concorda com o rumo autoritário da Venezuela.

“Daqui, da praça Bolívar, (enviamos) uma saudação ao nosso presidente [ditador], Nicolás Maduro Moros, que está nos vendo. Que se escute esse grito de felicidade de todo o povo de Caracas!”, declarou a prefeita de Caracas, aliada do regime, Carmen Meléndez.

A ditadura usou o principal centro de tortura da Venezuela, o centro prisional El Helicoide, onde estão localizados centenas de presos políticos, como um dos pontos de “celebração” do Natal antecipado. A oposição denunciou que o regime soltou fogos de artifício a partir do local na noite de quarta-feira.

Relatórios da Missão Internacional Independente de Investigação da ONU denunciaram nos últimos anos que o regime de Maduro usa o El Helicoide como um centro de tortura, onde os detidos são forçados a sufocamentos com sacos ou água, choques elétricos em partes íntimas e espancamentos com objetos “contundentes”.

“Os detidos foram expostos a ameaças de morte e estupro, nudez forçada em temperaturas extremas e longos períodos de acorrentamento”, diz um dos relatórios da organização internacional.

Segundo a missão internacional, desde o período eleitoral de julho de 2024, os assassinatos durante protestos, mortes sob custódia do Estado, prisões arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados e violência sexual cresceram significativamente na Venezuela.

A ditadura de Maduro busca ainda mascarar com as celebrações públicas a escalada das tensões com os Estados Unidos, que nesta sexta-feira confirmaram um novo ataque perto da costa venezuelana.

A diretora de uma organização que participou dos atos propagandísticos do regime disse à Agência EFE que a antecipação das festividades natalinas é “muito boa”, pois permite à população “esquecer tudo” o que está acontecendo no país, inclusive a presença naval dos Estados Unidos no Caribe.

Maduro anunciou em setembro o adiantamento da festividade, como fez em anos anteriores desde que chegou ao poder, em 2013, ao argumentar que se trata de uma “fórmula” que deu “muito certo para a economia, para a cultura” e “para a alegria”. Segundo o ditador, o Natal antecipado virou uma “tradição” em seu país em favor do “sagrado direito à felicidade”.

O Natal na Venezuela começou dois dias depois que a vice-presidente, Delcy Rodríguez, anunciou que Maduro assinou um “decreto de comoção externa” que lhe dá poderes e “faculdades especiais” para atuar em matéria de defesa e segurança” devido às “ameaças” americanas.

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