Os mercados estarão atentos nesta quarta-feira (15) ao Livro Bege, publicação do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que reúne informações qualitativas sobre a atividade econômica nos 12 distritos do país. O relatório costuma dar pistas sobre a percepção do Fed em relação a inflação, emprego e crescimento, influenciando investidores e estratégias financeiras.
Antes e depois da divulgação, os mercados também acompanharão discursos de membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. Raphael Bostic falará às 13h10, Christopher Waller às 14h e Michael Schmid às 15h30, oferecendo sinais sobre possíveis movimentos da política monetária americana.
Na terça-feira (14), o pregão foi marcado por forte volatilidade, em meio à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente Donald Trump afirmou estar considerando novas restrições comerciais contra Pequim, alegando que o país asiático não tem cumprido as compras de soja previstas em acordos anteriores. A declaração veio após a China impor sanções a cinco subsidiárias americanas da construtora naval sul-coreana Hanwha.
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No Brasil, a agenda começa cedo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) às 9h, que detalha o desempenho das vendas no varejo e ajuda a medir o comportamento do consumo. Às 14h30, o mercado vai observar o fluxo cambial estrangeiro, indicador que mostra a entrada e saída de recursos internacionais no país e influencia a cotação do real frente ao dólar.
No Japão, a atenção estará voltada para o Parlamento, que vota para escolher um substituto para Shigeru Ishiba, ex-primeiro-ministro do país. A decisão deve ter repercussão política e econômica, principalmente em relação à confiança dos investidores locais e estrangeiros.
No campo corporativo, após os resultados acima do esperado do JPMorgan, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citi, o Morgan Stanley e Bank of America (BofA) divulgam seus balanços do terceiro trimestre deste ano (3T25), com números que podem movimentar o mercado de ações, especialmente no setor bancário. Analistas vão observar receitas, lucros e provisões para crédito, indicadores que ajudam a avaliar o desempenho da instituição e expectativas para o próximo trimestre.
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Agenda
Às 10h40, o presidente Lula participa da 10h40 cerimônia de comemoração pelo Dia dos Professores e de anúncios relativos ao Programa Mais Professores para o Brasil.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José Schneider David, participa às 11h (horário local) de um evento do Goldman Sachs em Washington D.C., com transmissão aberta à imprensa. Já o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, será painelista no seminário da J.P. Morgan, também em Washington D.C., das 14h45 às 15h45 (horário local), com participação aberta à imprensa por transmissão.
Brasil
- 9h – Pesquisa Mensal de Comércio (PMC)
- 14h30 – Fluxo cambial estrangeiro
EUA
- 13h10 – Discurso de Bostic, membro do Fomc
- 14h – Discurso de Waller, membro do Fed
- 15h – Livro Bege
- 15h30 – Discurso de Schmid, do Fed
INTERNACIONAL
Novas ameaças
Os EUA ameaçaram a China com embargo ao óleo de cozinha. Isso em resposta à suspensão das compras de soja por Pequim desde maio. A entrada em vigor de tarifas de 100% sobre a China dependerá da reação do país, disse o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, na terça-feira.
Encontro
Após dias de tensão e ameaças de novas tarifas, a Casa Branca confirmou o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping no fim de outubro.
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Demissões nos EUA
O número de servidores federais dos Estados Unidos demitidos como resultado da paralisação do governo foi revisado para baixo nesta terça-feira. O governo Trump demitiu 4.108 funcionários desde 1º de outubro, dia do início da paralisação do governo dos EUA, apontou declaração apresentada nesta terça-feira no tribunal pelo Departamento de Justiça dos EUA. Na semana passada, em um outro processo judicial, o departamento havia estimado que o número era de pelo menos 4.278.
Na Casa Branca
A menos de duas semanas das eleições legislativas, Javier Milei trocou a campanha na Argentina por uma visita à Casa Branca, onde buscou apoio e uma foto com Donald Trump. O americano condicionou o respaldo ao desempenho do mileísmo nas urnas, dizendo que “se Milei não ganhar, não seremos generosos com a Argentina”. O encontro reforçou a aproximação entre os dois líderes e trouxe promessas de cooperação econômica entre Buenos Aires e Washington.
Redução
Israel anunciou que vai reduzir novamente a entrada de ajuda humanitária em Gaza e manter fechada a passagem de Rafah, pressionando o Hamas a devolver os corpos dos reféns mortos. O grupo entregou quatro cadáveres e prometeu mais, enquanto Tel Aviv acusa a facção de atrasar o processo. A decisão amplia as tensões em torno do cessar-fogo mediado por Donald Trump, que ainda enfrenta entraves sobre desarmamento e reconstrução do território.
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De forma violenta
Um dia após o cessar-fogo em Gaza, Donald Trump afirmou que, se o Hamas não entregar suas armas voluntariamente, será desarmado “rapidamente e talvez de forma violenta”. A declaração ocorreu durante encontro com Javier Milei na Casa Branca, após a libertação dos últimos reféns e de quase 2 mil prisioneiros palestinos prevista no acordo. Apesar da trégua, Israel manteve restrições em Gaza e o Hamas ainda não confirmou o desarmamento total.
ECONOMIA
Crédito liberado
O governo federal deve liberar, nesta quarta-feira (15), R$ 12 bilhões em crédito para produtores rurais quitarem ou reduzirem dívidas causadas por prejuízos climáticos. A medida quer dar fôlego financeiro ao setor e garantir a continuidade das atividades no campo. O acesso aos recursos estará disponível até 10 de fevereiro.
Mais liberdade ao BC
O ministro Fernando Haddad negou que o governo queira um Banco Central tolerante com a inflação e disse que o novo sistema de metas deu mais liberdade à autoridade monetária. Segundo ele, a mudança retirou o BC do “ano-calendário”, permitindo ajustar os juros sem prejudicar a política fiscal. Haddad afirmou ainda que o regime mantém a autonomia do BC e reforçou a importância de harmonia entre política fiscal e monetária.
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Setor de serviços
O setor de serviços voltou a crescer em agosto e atingiu novo recorde na série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O volume avançou 0,1% frente a julho, marcando sete meses consecutivos de alta. O destaque veio dos serviços profissionais e administrativos, beneficiados por empresas de fidelidade, atividades jurídicas e aluguel de equipamentos.
POLÍTICA
Sete réus
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação dos sete réus acusados de espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas e atacar chefes das Forças Armadas contrários à tentativa de golpe de 2022. Ele afirmou que as ações do grupo contribuíram para o desfecho violento de 8 de janeiro de 2023. O julgamento do chamado “núcleo da desinformação” teve início na terça-feira (14) no Supremo Tribunal Federal.
Pedido rejeitado
Gonet rejeitou o pedido de prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro feito pelos deputados Lindbergh Farias e Talíria Petrone. o procurador-geral da República afirmou que os parlamentares não têm legitimidade processual para solicitar medidas cautelares. A PGR poderá avaliar futuramente se há base para requerer prisões ou outras providências no inquérito sobre pressão ao STF.
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Liberdade provisória
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, concedeu liberdade provisória a Divanio Natal Gonçalves, preso preventivamente em setembro de 2024 por suposto descumprimento de medidas cautelares. A defesa comprovou que ele estava sob fiscalização de outro juízo, e não da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG). Gonçalves segue com as restrições anteriores e é investigado por associação criminosa e incitação ao crime nos atos de 8 de Janeiro.
Michelle e Janja
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, acionou a PGR contra Michelle Bolsonaro após ofensiva bolsonarista contra decreto que coloca serviços do Gabinete Pessoal à disposição da primeira-dama Janja. O petista afirma que os ataques são ilegais e pede inquérito criminal para apurar possíveis crimes como peculato, prevaricação e improbidade administrativa. Ele sustenta que o decreto é constitucional e não cria cargos, despesas ou órgãos novos.
Corporativo
Petrobras (PETR4)
A maioria dos brasileiros avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria proibir a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, uma região com vários desafios socioambientais, mas com elevado potencial petrolífero, apontou uma pesquisa nacional do instituto Datafolha enviada com exclusividade à Reuters.
O levantamento, encomendado pela organização de responsabilização corporativa Ekō, indica a avaliação de 2.005 brasileiros antes do evento climático COP30, em Belém, no próximo mês.
(Com Agência Brasil, Reuters e Estadão Conteúdo)
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