Em um mercado onde muitos buscam operações rápidas e alvos curtos, Alex Carvalho aposta no caminho oposto: operações mais longas, baseadas em análise técnica clássica e uma gestão de risco voltada para maximizar ganhos e minimizar perdas. “A gente tenta pegar o máximo da fatia ali quando o mercado estiver disposto a pagar. Quando ele não tiver, a gente vai aceitar as perdas que virão”, afirma.
Em entrevista ao InfoMoney durante a Expert XP 2025, o analista técnico da XP destacou como sua abordagem, centrada em tendências, vem ganhando tração entre traders que buscam consistência.
Desde que assumiu o comando da sala Arena Trader XP, transmitida ao vivo de segunda a sexta pela manhã, viu o espaço se consolidar como uma das maiores salas do país, com público diário entre 1.200 e 1.400 participantes. “Hoje, ligada à XP, já é a maior sala do Brasil no período da manhã”, destaca.
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Segundo ele, o engajamento do público é resultado da abordagem prática, com foco na condução de trades longos e leitura clara de mercado. “A galera que acompanha a sala também tem muita gente que já pensa em certificação, vem tendo sucesso no mercado, algumas pessoas vivem de mercado e até passaram em mesas proprietárias”, conta.
Operacional limpo
Alex é adepto da análise técnica clássica e utiliza um conjunto enxuto de indicadores: médias móveis de 9 e 21 exponenciais, média de 200 aritmética, volume financeiro e estocástico. “Eu gosto de trabalhar com relativamente poucos indicadores. Acho que uma tela muito poluída pode te ajudar em determinados momentos, mas nem sempre todos os indicadores vão estar apontando para a mesma direção”, explica.
O seu estilo operacional é claro: seguidor de tendência. “Eu estou sempre acreditando que o mercado pode mais. Obviamente às vezes não vai mais, mas se não for, a gente está preparado para mitigar os riscos. E se ele for, a gente está preparado para pegar o ganho também”, afirma.
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A condução das operações é feita com foco no candle a candle — especialmente no intraday. “Eu gosto muito de ir protegendo no famoso barra a barra, essa condução candle a candle pelos 5 minutos ou pelo gráfico de 15 minutos, dependendo do operacional. Vai fechar um candle verde positivo, a gente vai subindo pra mínima desse candle até que comece a falhar e corrigir”, explica.
Para definir alvos mais longos, principalmente para operações de swing trade, Carvalho combina análise de regiões anteriores de suporte e resistência com ferramentas como retração e projeção de Fibonacci.
Estratégia não basta
Carvalho deixa um conselho que, segundo ele, ainda é pouco falado — mas essencial para a consistência no mercado: autoconhecimento. “Eu vejo muita gente falar que o conselho é focar na estratégia, ter paciência, ser disciplinado. Mas eu acho que talvez um dos principais pontos que poucas pessoas falam é se conhecer”, diz.
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Para ele, entender as próprias emoções e motivações é o primeiro passo para construir um plano sólido e duradouro. “Enquanto ele não conseguir dominar a si mesmo, as suas emoções, o sucesso é um pouco mais difícil. É entender por que que você está no mercado hoje: se é uma renda extra, se é viver disso de fato ou mudar de carreira”, enfatiza.
Ele ainda reforça que, por melhor que seja a técnica, sem clareza interna, o caminho pode ser incerto. “Pode ter a melhor estratégia do mundo, que se você não se controlar e não souber que caminho quer seguir, qualquer caminho vai servir — às vezes até o ruim. Então eu acho que é muito de se conhecer e saber por que que você está nisso e o que que você quer com isso”, destaca.
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