Notícias em alta
Categorias
Fique conectado
Notícias em alta
Ao utilizar nosso site, você concorda com o uso de nossos cookies.

Notícias

Kirchner rebate indicado a embaixador por Trump
Mundo

Kirchner rebate indicado a embaixador por Trump 

O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, e a ex-presidente Cristina Kirchner, ambos da oposição peronista ao presidente argentino, Javier Milei, criticaram Peter Lamelas, o indicado do mandatário americano, Donald Trump, para ser o embaixador dos Estados Unidos na Argentina.

Na terça-feira (22), em audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano (casa que precisará aprovar sua nomeação), Lamelas fez comentários que irritaram a esquerda argentina.

Entre outros pontos, ele afirmou que, caso seja confirmado para o cargo, visitará governadores para propiciar uma “colaboração” com o objetivo de evitar a corrupção de agentes locais envolvendo a China.

Também disse que vai atuar para que Kirchner “receba a Justiça que merece”. A ex-presidente foi acusada de ter encobertados iranianos envolvidos no atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas em 1994.

Desde o mês passado, Kirchner cumpre em prisão domiciliar uma condenação de seis anos de prisão por corrupção em outro caso, na licitação de obras rodoviárias, após confirmação da sentença pela Suprema Corte da Argentina.

“[Kirchner] está em prisão domiciliar devido ao favoritismo político que ocorre lá [na Argentina]. E, obviamente, ela não esteve envolvida nos ataques à Amia, até onde sabemos, mas definitivamente esteve envolvida de alguma forma no acobertamento”, disse Lamelas, segundo informações do jornal Clarín.

“Quem sabe se ela esteve envolvida na morte do promotor especial?”, acrescentou, em referência ao promotor Alberto Nisman, encontrado morto na sua casa em 2015 dias após ter denunciado Kirchner pelo caso.

No X, Kicillof e Kirchner rebateram Lamelas. “As declarações do senhor Lamelas evocam os tempos mais sombrios da interferência dos Estados Unidos na vida democrática da nossa região. Essas declarações não são um desabafo isolado. Aparentemente, Washington decidiu reeditar a obsoleta Doutrina Monroe: está impondo tarifas extorsivas ao Brasil, questionando a soberania do Canal do Panamá e buscando influenciar processos judiciais fora da sua jurisdição”, escreveu o governador.

Já Kirchner falou em “obsessão” por parte dos Estados Unidos. “Como se não tivéssemos um Judiciário suficientemente controlado remotamente, nos enviaram um novo procurador plenipotenciário diretamente de Mar-a-Lago [resort onde Trump tem residência na Flórida]. Só faltou dizer que ele próprio nomearia os tribunais. Nem Monroe ousou ir tão longe”, disse a peronista.

“Enquanto isso, Trump, que assumiu a presidência dos EUA com 24 acusações criminais, não cumpriu sua promessa de revelar os nomes na lista de [o financista Jeffrey] Epstein em casos envolvendo pedofilia, corrupção de menores e abuso sexual… Nem mesmo o sistema judiciário americano está investigando seu ‘suicídio’ acidental. Eles deveriam limpar a própria casa antes de comentar sobre a nossa”, acrescentou Kirchner.

Epstein foi encontrado morto na sua cela em 2019, quando aguardava julgamento por um esquema de tráfico sexual de menores. Nos últimos dias, Trump tem sofrido desgaste porque seu governo confirmou que a morte do financista foi um suicídio e porque alegou que uma lista de clientes famosos de Epstein não existe, contrariando teorias de apoiadores do presidente americano.

Kirchner também comentou a declaração de Lamelas sobre corrupção envolvendo a China. “Ele também monitorará o empresariado argentino ligado a empresas chinesas que controla o monopólio das telecomunicações na Argentina e que estava comemorando o 4 de julho em sua embaixada?”, ironizou.

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

Os campos obrigatórios estão marcados *