O JPMorgan rebaixou duplamente a recomendação para as ações do Grupo Fleury (FLRY3), que foi de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para underweight (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda), em meio às últimas notícias de que as negociações para que a Rede D’Or (RDOR3) compre a companhia falharam. O preço-alvo é de R$ 15.
Os analistas do banco apontam que a empresa continua sendo um ativo estratégico no setor de saúde brasileiro, com forte presença no mercado de diagnósticos premium em São Paulo e ampla capilaridade B2B por meio da Hermes Pardini. No entanto, com os anúncios recentes, acreditam que uma transação envolvendo a empresa se torna menos provável, especialmente considerando que, apesar do potencial de sinergias, a Rede D’Or provavelmente não pagaria um prêmio significativo por um ativo considerado não essencial em suas operações.
Para os analistas, apesar de manter uma posição estratégica no mercado premium de diagnósticos em São Paulo e contar com forte capilaridade B2B por meio da Hermes Pardini, o Fleury enfrenta desafios estruturais que limitam seu crescimento orgânico. A complexidade de sua governança, dividida entre três grupos de acionistas com acordos interdependentes e direitos de preferência, dificulta qualquer movimentação de controle, tornando improvável uma nova tentativa de aquisição no curto prazo.
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A equipe de análise destaca que, mesmo com uma estrutura financeira enxuta e sólida geração de caixa, as principais avenidas de crescimento da empresa tendem a pressionar suas margens. A projeção de crescimento dos lucros nos próximos cinco anos é de apenas 5-6% ao ano, abaixo da média do setor de saúde.
Além disso, o Fleury passou por uma reprecificação significativa desde julho, quando surgiram notícias de fusão com a Rede D’Or. O rendimento de dividendos, que chegou a 12% em março, caiu para cerca de 6-7%, ainda atrativo, mas com menor potencial de valorização. O JPMorgan aponta que outras empresas do setor, como a Hypera (HYPE3) oferecem alternativas mais interessantes, com menor múltiplo de preço/lucro e maior crescimento projetado.
Com ações negociadas a múltiplos elevados e expectativa de queda de até 11% em relação ao consenso de mercado, o Fleury entra em um momento de revisão estratégica, onde o foco dos investidores deve voltar aos fundamentos e à sustentabilidade de seus resultados, avaliam.
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