O JPMorgan cortou o preço-alvo do Mercado Livre (BDR: MELI34) de US$ 2.700 para US$ 2.600, em meio à queda de quase 12% dos papéis nesta semana, diante de preocupações crescentes sobre concorrência, reinvestimentos e fatores macroeconômicos.
O banco reiterou recomendação neutra e destaca que a intensificação da concorrência no e-commerce brasileiro deve elevar os custos da companhia nos próximos anos.
Segundo o banco, a projeção de expansão de margem de 100 a 130 pontos-base prevista pelo consenso da Bloomberg não incorpora essa pressão adicional.
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O JPMorgan prevê lucro antes de juros (EBIT, na sigls em inglês) de US$ 750 milhões no terceiro trimestre, abaixo do consenso de US$ 811 milhões, com pressão vinda da área de logística e da fraqueza do peso argentino.
Concorrência acirrada
Entre os fatores que intensificam a disputa, o JPMorgan cita a recente promoção da Amazon, que zerou as taxas do FBA (Fulfillment by Amazon, ou logística terceirizada pela Amazon) por três meses, a expansão agressiva da Shopee, as medidas defensivas de preços do Mercado Livre e ajustes operacionais da própria Amazon.
O Morgan Stanley, por sua vez, não acredita que as iniciativas da Amazon mudem o equilíbrio competitivo, dado o domínio de escala do Mercado Livre e os subsídios contínuos de envio. Entre os fatores mais comentados pelos investidores estão os termos promocionais para vendedores da Amazon Brasil, que incluem: dois meses sem taxas de fulfillment/logística e isenção de comissões básicas para novos vendedores no programa de fulfillment da Amazon. As isenções podem ser estendidas por mais dois meses se certas condições forem atendidas, como a adoção do fulfillment e gastos em publicidade.
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O Morgan estima que a Amazon tenha cerca de 10% de participação de mercado, contra aproximadamente 40% do Mercado Livre. A Amazon possui 10 centros de fulfillment no Brasil, enquanto o Mercado Livre atualmente possui mais de 20. O MELI não cobra taxas de fulfillment, zerou taxas logísticas para produtos de R$ 19 a 79 e atingiu mais de 60% de penetração de fulfillment no Brasil. Assim, o banco não acredita que promoções alterem significativamente o cenário competitivo.
Apesar das preocupações com a concorrência, o Morgan manteve recomendção equivalente à compra e preço-alvo de US$ 2.850.
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