SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, em linha com o tom positivo que embalou os mercados externos, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumir uma postura mais conciliadora em relação à China no campo comercial.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,78%, a 141.783,36 pontos, após marcar 140.681,77 pontos na mínima e 142.302,81 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$14,67 bilhões.
Após ameaças tarifárias contra a segunda maior economia do mundo na sexta-feira, o que pressionou os mercados, Trump afirmou no fim de semana que “tudo ficará bem” com a China e que os Estados Unidos não querem “prejudicar” o país asiático.
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Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que Trump está caminhando para se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, e que houve comunicações substanciais entre os dois lados no fim de semana.
Na avaliação do analista Nícolas Merola, da EQI Research, o movimento do Ibovespa neste início de semana é um “repique” do observado na sexta-feira, refletindo as sinalizações de Trump sobre a China ao longo do fim de semana.
“Trump colocou panos quentes nessa história, falou que não quer, de forma nenhuma, afetar o seu principal parceiro comercial, fez de tudo para amenizar um pouco do impacto que ele tinha causado nos mercados na sexta-feira”, disse Merola.
Nesta segunda-feira, em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 1,56%.
DESTAQUES:
VALE ON (VALE3) subiu 1,49%, em linha com o movimento dos futuros do minério de ferro na China, após dados mostrarem que as importações de minério de ferro pela segunda maior economia do mundo em setembro aumentaram 10,6% em relação ao mês anterior, atingindo recorde para um único mês. No setor de mineração e siderurgia, CSN ON (CSNA3) ganhou 6,32%, liderando os ganhos da bolsa, recuperando-se após fortes perdas na sexta-feira. USIMINAS PNA (USIM5) avançou 6,35% e GERDAU PN (GGBR4) subiu 2,13%.
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ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) avançou 0,4%, em sessão mais positiva para bancos, com BRADESCO PN (BBDC4) valorizando-se 0,42%, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) subindo 1,31% e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) tendo alta de 0,14%.
PETROBRAS PN (PETR4) e PETROBRAS ON (PETR3) avançaram 0,97% e 0,94%, respectivamente, impulsionadas pela recuperação dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou em alta de 0,94%, a US$63,32, após registrar mínimas em cinco meses na sessão anterior.
BRAVA ENERGIA ON (BRIV3) avançou 3,58%, em dia de recuperação após sete quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de 13,5%. A companhia estimou que a interdição da produção na Bacia Potiguar devido à auditoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve ter um impacto de 3.500 barris de óleo equivalente (boe) por dia na média do mês de outubro.
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PETRORECONCAVO ON (RECV3) subiu 2,96% após divulgar que concluiu a transação de farm-out com a Mandacaru Energia sobre a venda de 50% de sua participação e transferência da operação em sete concessões no Rio Grande do Norte. A transação, de US$5 milhões, envolve as concessões de Acauã, Baixa do Algodão, Fazenda Curral, Fazenda Malaquias, Pajeú, Rio Mossoró e Três Marias.
MBRF ON (MBRF3) recuou 4,16%, renovando mínimas desde o final de março. No começo de outubro, analistas da XP publicaram relatório sobre a companhia em que afirmaram ver um cenário desafiador para o momentum de resultados, citando as margens da carne bovina nos EUA pressionadas pelo atual ciclo do gado e a inevitável normalização das margens de frango no Brasil. No setor, nesta segunda-feira, MINERVA ON (BEEF3) fechou em queda de 1,07% e JBS (JBSS3), listada nos EUA, caiu 0,87%.
GPA ON (PCAR3) caiu 3,03%, tendo como pano de fundo anúncio do varejista na noite de sexta-feira de que o conselho de administração aprovou por unanimidade a eleição do empresário André Coelho Diniz como presidente do colegiado da companhia. A família Coelho Diniz alcançou neste ano uma participação de 24,6% no GPA. No setor, ASSAÍ ON (ASAI3) perdeu 2,07%.
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RAÍZEN PN (RAIZ4) caiu 2,03%, renovando mínima histórica de fechamento, a R$0,85. Na sexta-feira, a companhia, uma joint venture entre Cosan e Shell, afirmou que não está considerando qualquer forma de reestruturação de dívida ou pedido de recuperação judicial ou extrajudicial. Analistas do UBS BB estimaram em relatório nesta segunda-feira que a Raízen precisa levantar de R$20 bilhões a R$25 bilhões para alcançar um nível de alavancagem alinhado ao de seus pares, de 2 vezes a 2,5 vezes a dívida líquida em relação ao resultado operacional medido pelo Ebitda. Em termos de timing, afirmaram não ver um problema imediato de liquidez para a Raízen.
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