O Ibovespa começou a operar por volta das 13h24 nesta sexta-feira, 1º de agosto, após passar por dificuldade técnica pela manhã. Por volta das 13h39, operava em alta de 0,05%, aos 133.136,97 pontos, contrariando a queda de 0,12% do índice futuro.
No período da manhã, a B3 informou que, por dificuldades técnicas, as estatísticas de todos os índices B3 não estavam sendo divulgadas no Market Data. Na ocasião, mesas de operações também relatavam estar sem cotações.
Confira como estavam as cotações no fim da manhã:
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As cotações das ações que compõem o Ibovespa e as que não fazem parte do índice, por sua vez, estavam normais.
Sem preocupações
A falha não acarretou maiores problemas a investidores, com o índice se ajustando às cotações das ações que compõem a carteira teórica, explica ao Broadcast Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. “É raro isso acontecer, mas acontece. Não sabemos qual é o problema técnico, mas não é nada preocupante”, diz.
O Ibovespa tinha queda durante a tarde após dados elevarem o receio com a possibilidade de desaceleração econômica nos Estados Unidos. Antes disso, quando o receio era mais ameno e vinculado apenas a dados sobre o mercado de trabalho americano, o índice futuro brasileiro chegou a subir mais de 1%, dada a intensificação de apostas no corte dos juros nos EUA.
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“Isso aumentou a expectativa dos investidores de cortes de juros nos Estados Unidos esse ano, e acabou impulsionando justamente aqui a nossa Bolsa e o dólar. E assim, antes disso, pela manhã o clima era de maior cautela, após até o novo decreto do Trump, que trouxe mais novidades no campo das tarifas para diversos países”, pontua Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.
O quadro ainda é de cautela diante de dúvidas sobre o tamanho dos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a vários países neste primeiro dia de agosto. Ao mesmo tempo, a agenda desta sexta-feira é carregada, com PMIs no exterior, payroll nos EUA, produção industrial brasileira, além de balanços como big techs americanas, Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3).
A atenção do mercado ocorre em meio a sinais de desaquecimento da economia dos EUA. Os primeiros efeitos do tarifaço norte-americano já parecem notórios, conforme mostram os números do relatório de emprego dos EUA divulgados nesta manhã. A criação de vagas de emprego em julho somou 73 mil, contrariando a previsão mediana de geração de 101 mil postos. Além disso, o dado de junho foi revisado de criação de vagas de trabalho de 147 mil para 14 mil.
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Os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho podem antecipar apostas de início da queda de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que se tornar um incentivo para mercados emergentes como o Brasil.
Em meio ao tarifaço norte-americano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o Brasil pode buscar canais diplomáticos para atenuar os efeitos das tarifas sobre produtos brasileiros. “Nossas ações são de soberania e medidas ao tarifaço são de proteção da economia”, disse. Segundo ele, o Brasil podemos estreitar laços de cooperação com os EUA, desde que seja para os dois lados.
No campo das commodities, o minério fechou em baixa de 0,19%, em Dalian, e o petróleo cede 2%. Aqui, ainda fica no foco a alta de 0,1% na produção industrial em julho ante junho, menor do que a mediana de 0,3% das projeções. O dado pode reforçar a ideia de desaquecimento gradual da atividade brasileira e corroborar a ideia de Selic está em 15% ao ano por um longo período.
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Entre os balanços, a Vale apresentou lucro líquido (proforma) de US$ 2,117 bilhões no segundo trimestre deste ano, avanço de 6% ante igual período de 2024 e 41% acima do Prévias Broadcast. O lucro líquido atribuível também ficou em US$ 2,117 bilhões, mas com recuo de 24% na comparação anual.
A CSN reportou prejuízo líquido de R$ 130,4 milhões no segundo trimestre, melhora de 41,7% sobre igual período de 2024 e 8,3% acima do esperado pelo Prévias Broadcast. Já a Gerdau divulgou lucro líquido de R$ 864 milhões no segundo trimestre, queda de 8 6% ante igual período de 2024 e 6,6% menor que o esperado.
(com Estadão Conteúdo)
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