A Gerdau (GGBR4) reportou na noite desta quinta-feira (31) seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2025, com EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,6 bilhões, ficando 1,4% acima da estimativa do JPMorgan e 0,6% acima do consenso. Como esperado, a operação na América do Norte manteve o bom desempenho no 2T25, mais do que compensando os desafios observados nas unidades de negócios do Brasil e da América do Sul. Às 10h37 (horário de Brasília), a ação da siderúrgica caía 3,68%, a R$ 16,22.
Ainda assim, o EBITDA da América do Norte, de R$ 1,6 bilhão, ficou 5,9% abaixo da projeção do JPMorgan, principalmente porque o custo de caixa por tonelada foi ligeiramente superior ao esperado. No Brasil, ocorreu o efeito contrário. Apesar do enfraquecimento sequencial da operação, a menor participação das exportações permitiu preços realizados mais altos no mercado interno, resultando em desempenho acima do estimado pelo banco.
Já na América do Sul, o EBITDA da unidade, de R$ 149 milhões, ficou abaixo das projeções, impactado principalmente por preços menores do que o esperado, queda de 19,8% na comparação trimestral e 21,0% abaixo da estimativa do JPMorgan.
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Segundo cálculos do banco, o fluxo de caixa livre (FCF) foi negativo em R$ 1 bilhão no trimestre. Nesse contexto, o JPMorgan reiterou classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 27,50.
Na mesma linha que o JPMorgan, o Goldman, comentou que as operações na América do Norte dominaram o trimestre, respondendo por mais de 60% do EBITDA, enquanto a fraqueza no Brasil persistiu.
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Considerando o cenário atual, o Goldman Sachs projeta que o 3T25 seja ainda mais forte. No entanto, permanecem elevadas as incertezas sobre a manutenção das tarifas em patamar elevado e sem isenções, e o banco avalia que os investidores tendem a ser cautelosos ao precificar integralmente esse benefício até o fim de 2026.
O Goldman também mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 26, sustentada pela boa posição competitiva estrutural da companhia e pelo potencial de forte geração de fluxo de caixa livre (acima de 14%) assim que o CAPEX se normalizar (após 2027). Ainda assim, o Goldman Sachs alerta que as incertezas macroeconômicas elevadas e o espaço limitado para geração de caixa no curto prazo podem manter parte dos investidores mais cautelosos.
Segundo avaliação da Monte Bravo, os números foram fracos, mas ainda melhores do que o esperado pela casa. O destaque ficou por conta da operação nos Estados Unidos, que conseguiu recuperar suas margens após trimestres mais desafiadores.
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Apesar da ligeira melhora operacional, a Monte Bravo destacou que a geração de caixa ficou muito abaixo do projetado, o que pode se tornar um ponto de atenção caso não haja reversão nos próximos meses.
Junto com os resultados, a companhia anunciou o pagamento de dividendos de R$ 0,12 por ação e informou ter concluído 68% do programa de recompra iniciado em janeiro.
A Monte Bravo disse continuar confortável com o investimento e reiterou recomendação de compra em Gerdau, com preço-alvo de R$ 23,50, mas entende que a história de curto prazo ficou mais complexa. “Isso acontece pois: (i) recuperação da rentabilidade da operação Brasil tem sido impactada pelo aumento das importações; (ii) temos dúvidas de quanto o mercado irá precificar os ganhos de eficiência e resultado que a companhia terá com os investimentos realizados; (iii) até quando a economia americana continuará com a demanda saudável.”
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De acordo com a XP Investimentos, os resultados da Gerdau vieram em linha com as expectativas, refletindo um cenário competitivo desafiador no Brasil e uma performance sólida — e em melhora — na América do Norte. Para a corretora, os números reforçam os benefícios da diversificação geográfica da companhia.
Em relatório recente, a XP reiterou sua recomendação de compra para as ações da Gerdau, apoiada por três fatores principais: (i) expectativa de inflexão no fluxo de caixa livre (FCF) em 2025, com yields estimados entre 9% e 12% para 2026 e 2027; (ii) iniciativas de redução de custos voltadas à recuperação da rentabilidade no Brasil; e (iii) continuidade do bom momento na América do Norte, sustentada por um mercado doméstico protegido por tarifas nos EUA, o que impulsiona o potencial de valorização (upside) que a corretora enxerga no FCF e no valuation.
Na leitura prospectiva, a Genial espera que o terceiro trimestre de 2025 marque a inflexão para geração positiva de fluxo de caixa livre (FCF), sustentada pela normalização dos pagamentos de tributos e despesas financeiras, desaceleração do CAPEX em termos de efeito caixa, além da reversão na dinâmica de capital de giro (working capital), com liberação líquida de recursos até o fim do ano, especialmente com a maturação da carteira de pedidos na unidade da América do Norte.
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A casa destaca ainda que o novo perfil de execução de CAPEX, mais linear ao longo do ano, aumenta a importância da disciplina financeira no segundo semestre de 2025, reduzindo a margem para desvios frente ao cronograma orçamentário.
A Genial avalia que os números consolidados devem seguir em crescimento, com a operação norte-americana aproveitando um cenário favorável e a operação brasileira apresentando potencial para resultados positivos, mesmo diante de possível queda parcial na rentabilidade.
Com esse cenário, a Genial mantém recomendação de compra para Gerdau e elevou o preço-alvo em 12 meses de R$ 19,00 para R$ 20,00, o que implica potencial de valorização de 20,5%.
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Embora o EBITDA do 2T25 tenha ficado em linha com as expectativas do mercado, o Bradesco BBI acredita que a fraca geração de fluxo de caixa livre (FCF) pode gerar preocupações para os investidores. Como resultado, o banco mantém postura cautelosa em relação ao setor siderúrgico brasileiro e a classificação Neutra para as ações da Gerdau, com preço-alvo de R$ 17.
Segundo o Morgan Stanley, o EBITDA ajustado da Gerdau, de R$ 2,56 bilhões, superou em 3% a estimativa do banco, favorecido por custos e despesas operacionais menores. O lucro por ação ajustado, de R$ 0,43, ficou 5% acima do consenso, mas 16% abaixo da projeção do Morgan, impactado por despesas financeiras líquidas mais altas.
O Morgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22.
No geral, o Itaú BBA avalia que os resultados foram marcados por uma melhora sequencial na América do Norte, que mais do que compensou a deterioração no Brasil e na América do Sul.
Olhando para o futuro, o BBA destaca que todos os olhares estão voltados para potenciais melhorias nos resultados tanto no Brasil quanto na América do Norte, impulsionadas por um potencial aumento na receita por tonelada nos EUA e um melhor desempenho de custos no Brasil após a normalização dos custos de produção em Ouro Branco.
O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 21.
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