Apesar do saldo estrangeiro estar positivo em R$ 20,5 bilhões no ano, o JPMorgan avalia que a atividade dos investidor de fora segue modesta, e há ainda grande espaço para entradas adicionais entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões.
O estudo considerou três métricas para estimar o potencial de novos fluxos: alocação global em ações de emergentes, participação estrangeira em ações brasileiras e posição de fundos de emergentes em Brasil.
Alocação global em ações de emergentes
Do total de US$ 37,9 trilhões sob gestão global, apenas 5,1% estão aplicados em mercados emergentes (EM). Segundo o relatório, uma alocação considerada neutra seria de 10,4%.
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A média dos últimos 12 meses está em 6,4% — um retorno à média de 10 anos implicaria US$ 588 bilhões em novos fluxos para emergentes. Como o Brasil representa 4,1% desse universo, isso equivaleria a US$ 24,1 bilhões destinados ao país.
Se o mercado voltasse à média de 20 anos, o ingresso seria ainda maior, US$ 50,6 bilhões.
Mesmo uma alta razoável de 1 ponto percentual nas alocações em emergentes traria US$ 380 bilhões para a categoria e US$ 15 bilhões para o Brasil.
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Participação de estrangeiros em ações
Os investidores estrangeiros detêm atualmente cerca de R$ 1,5 trilhão em ações brasileiras — o equivalente a 51% do total, abaixo da média histórica.
A média de 10 anos é de 55%, o que implicaria R$ 100 bilhões (aproximadamente US$ 20 bilhões) em novos fluxos caso esse nível fosse retomado — patamar visto pela última vez em 2021, no período pós-Covid, quando a China ainda estava fechada.
Já um retorno à média de 15 anos (58%) representaria uma entrada potencial de R$ 180 bilhões, ou cerca de US$ 34 bilhões.
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Posição de fundos de emergentes
Segundo dados da EPFR (Emerging Portfolio Fund Research), que monitora 56 fundos de mercados emergentes com US$ 1,1 trilhão sob gestão em agosto, 24 desses fundos estão apostando mais pesado no Brasil, ou seja, dedicando uma fatia maior de recursos ao país do que sua representatividade no índice de referência.
O total investido no país é de US$ 66 bilhões, cerca de US$ 20 bilhões acima da fatia brasileira no índice MSCI Emergentes. Ainda assim, o número de fundos sobreponderados em Brasil está 25% abaixo do pico de outubro de 2024.
Atualmente, a posição média acima do benchmark é de 1,5%, ante picos históricos de 2% após a crise financeira global e 3% antes dela.
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