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Eventual parceria da Petrobras com BP dependeria de índice de CO2, dizem fontes
Economia

Eventual parceria da Petrobras com BP dependeria de índice de CO2, dizem fontes 

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras (PETR3;PETR4), uma eventual parceira para a BP desenvolver a descoberta e a produção de petróleo no bloco Bumerangue, avaliaria com cautela a possibilidade de uma sociedade na área devido a indícios de elevada concentração de dióxido de carbono, segundo três fontes na companhia estatal.

A descoberta no pré-sal da Bacia de Santos foi anunciada na última segunda-feira pela companhia britânica como a maior no mundo em 25 anos. E, no dia seguinte, o CEO da petroleira, Murray Auchincloss, afirmou que a BP certamente tentará trazer em algum momento um parceiro para o bloco de Bumerangue.

Executivos da Petrobras observaram, na condição de anonimato, que a própria BP citou no anúncio que Bumerangue — onde foi encontrada uma expressiva coluna de hidrocarbonetos de 500 metros — tem volumes elevados de CO2, segundo os primeiros resultados obtidos.

Leia mais: BP: ação sobe após megadescoberta no Brasil – e mercado monitora passos da Petrobras

Dependendo do volume de CO2, isso pode inviabilizar economicamente a descoberta, afirmam especialistas. Embora o chefe de produção e operações da BP, Gordon Birrell, tenha dito na terça-feira que não está “particularmente” preocupado com os níveis de dióxido de carbono no bloco, a questão deixou integrantes do mercado mais cautelosos.

“No anúncio a BP não diz a quantidade, mas já põe um disclaimer dizendo que tem muito CO2 associado. Você pode imaginar, né? Nós temos um campo hoje, Júpiter, que tem 70% do CO2, que é campo gigante, possivelmente maior que esse, mas que tecnologicamente ainda não é viável explorar”, afirmou uma das fontes da Petrobras ouvidas pela Reuters.

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Segundo este executivo, a Petrobras, líder na exploração do pré-sal, está desenvolvendo tecnologias para tornar viáveis tais descobertas, mas está ainda apenas no início do processo.

Uma segunda fonte da Petrobras ponderou que o anúncio tem que ser avaliado “com cuidado, pois a descoberta está no ‘trend’ do CO2, já está fora do ‘filé mignon’ do pré-sal”, ao comentar a distância de cerca de 200 km de Bumerangue de dois enormes campos operados pela Petrobras, Tupi e Búzios, que produzem a maior parte do petróleo do Brasil.

Dois executivos da Petrobras afirmaram que a BP ainda não procurou a companhia para conversar sobre Bumerangue.

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Um deles disse que a descoberta parece “bem promissora”, mas também citou a questão do CO2.

“Agora, se for uma descoberta bacana, a gente tá aí”, afirmou.

Uma terceira fonte afirmou acreditar que, em algum momento, a BP vai apresentar dados de Bumerangue para a Petrobras, acrescentando que isso pode acontecer mais tarde, já que “parece que ainda tem muito chão para ver a viabilidade da descoberta”.

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“Não conhecemos o projeto ainda. Mas a Petrobras sempre está atenta a potenciais oportunidades, e no Brasil a Petrobras é o melhor parceiro”, afirmou uma quarta fonte na companhia, evitando fazer quaisquer comentários sobre o índice de CO2.

A BP, que arrematou 100% de Bumerangue em leilão em 2022, já tem parcerias em alguns blocos com a Petrobras, incluindo Alto de Cabo Frio Central, no pré-sal da Bacia de Campos.

Procurada, a BP informou que não iria comentar o assunto. Já a Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentários.

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