A Casa Branca afirmou nesta terça-feira (21) que o novo encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador russo, Vladimir Putin, “não está nos planos no futuro imediato”, após divergências com Moscou sobre as condições de um cessar-fogo na Ucrânia.
A decisão ocorre dias depois de Trump anunciar publicamente que ambos se reuniriam “em duas semanas, em Budapeste”, para discutir o fim da guerra.
Segundo a emissora ABC News, o porta-voz da Casa Branca explicou que, após uma conversa telefônica entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, “não há necessidade de uma reunião presencial entre o secretário e o ministro, e não há planos para que o presidente Trump se reúna com o presidente Putin no futuro imediato”. O diálogo entre Rubio e Lavrov, realizado na segunda-feira, teria sido tenso e revelou divergências profundas sobre as fronteiras e as condições para um cessar-fogo.
De acordo com o jornal britânico The Telegraph, Lavrov se recusou a aceitar a proposta dos EUA de congelar as linhas de frente do conflito, insistindo que Moscou “não mudou sua posição em relação aos entendimentos alcançados durante a cúpula do Alasca”.
Em declarações a jornalistas, o chanceler russo reforçou que “a Rússia não aceitará um cessar-fogo que ignore as causas originais do conflito”, referindo-se à entrada da Ucrânia na OTAN e à proteção de populações russófonas no leste ucraniano.
O impasse levou ao cancelamento dos preparativos para a cúpula que seria realizada na capital húngara. Segundo o The Telegraph, Trump havia autorizado seus assessores a se reunir em Budapeste para organizar o encontro, mas o Kremlin suspendeu a etapa preparatória depois que o telefonema entre Rubio e Lavrov “azedou”. Uma fonte ocidental ouvida pelo jornal avaliou o adiamento como “um desenvolvimento positivo”, considerando que Moscou “deixou claro que sua posição não mudou”.
A suspensão ocorre no momento em que Trump tenta impulsionar um novo esforço diplomático para encerrar a guerra, que já dura mais de três anos e meio. Na semana passada, o presidente norte-americano recebeu Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, na Casa Branca. O líder ucraniano pediu o envio de mísseis Tomahawk, mas Trump optou por não autorizar o fornecimento imediato, embora tenha afirmado que o tema “não está fora da mesa”. Zelensky reagiu com cautela, mas disse ver na decisão “um investimento em diplomacia”.
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