Autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram neste domingo (26) um acordo provisório que alivia as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O pacto prevê a suspensão temporária do aumento das tarifas americanas sobre produtos chineses e o adiamento das restrições chinesas à exportação de minerais raros, essenciais para a indústria de alta tecnologia.
O entendimento será formalizado na próxima quinta-feira (30) pelo presidente americano, Donald Trump, e o mandatário chinês Xi Jinping, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), a ser realizada na Coreia do Sul.
De acordo com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o acordo inclui a retomada imediata das compras de soja americana pela China, que estavam paralisadas desde setembro. A medida representa um alívio para o setor agrícola americano e um sinal de boa vontade por parte de Pequim.
Li Chenggang, representante de Comércio Internacional da China, também garantiu que Pequim e Washington alcançaram um consenso, após dois dias de conversas em Kuala Lumpur, onde neste domingo (26) chegou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em declarações divulgadas pela agência estatal Xinhua, Li, que também é vice-ministro do Comércio da China, afirmou que ambas as partes alcançaram um entendimento “preliminar” e exploraram “propostas adequadas para abordar as preocupações mútuas” durante as conversas, que definiu como “construtivas”.
“O próximo passo será que cada parte cumpra com seus respectivos procedimentos internos de aprovação”, declarou Li, que acrescentou que os Estados Unidos mantiveram uma postura “firme” durante as negociações, enquanto a China “defendeu com determinação” seus interesses.
Embora não tenha esclarecido os termos desse “acordo preliminar”, Li declarou que o diálogo entre as duas partes abrangeu “numerosos temas”, entre eles os controles sobre as exportações (que Pequim aplica às terras raras), a possível prorrogação da suspensão recíproca de tarifas e os impostos relacionados ao fentanil e a cooperação antidrogas em torno dessa substância.
Estados Unidos e China também abordaram a “ampliação adicional” do comércio bilateral, bem como as medidas americanas vinculadas às tarifas portuárias contra os navios chineses, apontou Li.
O segundo dia de negociações econômicas e comerciais entre as duas potências coincidiu com o primeiro dia de Trump em Kuala Lumpur, primeira parada de uma viagem asiática que o levará também ao Japão e à Coreia do Sul, e cujo principal objetivo é o esperado encontro com Xi.
O diálogo comercial entre Washington e Pequim transcorreu em um clima de tensão depois que a China impôs em meados de outubro novas restrições ao comércio de terras raras, cuja produção e exportação praticamente monopoliza.
Em resposta, o presidente americano ameaçou elevar para 100% os impostos sobre os produtos chineses a partir de 1º de novembro.
VEJA TAMBÉM:
- Por que o Brasil não pode substituir a China como parceiro comercial dos EUA
- EUA podem impor tarifa de 155% à China se não houver acordo até novembro, diz Trump
Fique conectado