Reportagem publicada pelo Wall Street Journal nesta quarta-feira (22) revelou que o governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, retirou restrições que limitavam o uso de mísseis de longo alcance fornecidos por aliados ocidentais à Ucrânia. A decisão permite que as forças ucranianas executem ataques dentro da Rússia, em uma estratégia destinada a aumentar a pressão militar e diplomática sobre o Kremlin.
De acordo com autoridades ouvidas pelo Wall Street Journal, a autorização envolveu o sistema britânico de mísseis Storm Shadow, capaz de alcançar alvos a cerca de 290 quilômetros de distância. O jornal revelou que Kiev já utilizou o armamento nesta terça-feira (21) durante ataque contra uma instalação militar que produzia explosivos e combustível para foguetes na região de Briansk, no oeste russo. O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia descreveu a operação como um “ataque bem-sucedido” que superou as defesas aéreas inimigas.
Segundo fontes consultadas pelo jornal, a autoridade para aprovar ataques desse tipo passou do secretário da Guerra, Pete Hegseth, ao comandante das forças norte-americanas na Europa, general Alexus Grynkewich, que também dirige o Comando Militar da Otan.
O levantamento das restrições ocorre em meio ao impasse diplomático entre Washington e Moscou. Nesta terça, a Casa Branca anunciou que “não há planos imediatos” para um novo encontro entre Trump e o ditador russo, Vladimir Putin, depois de divergências em torno das negociações sobre um cessar-fogo na Ucrânia. O encontro seria realizado em Budapeste, mas foi suspenso após uma conversa tensa entre o secretário de Estado, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
Apesar de não autorizar ainda o envio dos mísseis Tomahawk – de maior alcance e capacidade destrutiva -, Trump tem reforçado a cooperação técnica com Kiev, permitindo o compartilhamento de dados de inteligência sobre alvos estratégicos. Analistas ouvidos pela imprensa americana avaliam que essa medida aumenta a capacidade ucraniana de atingir infraestruturas militares e energéticas dentro da Rússia, ampliando a pressão sobre o regime de Putin.
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